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Filho de ex-diretor do INSS preso é acusado de propina durante CPMI

Saulo Cruz/Agência Senado

Beneficiado  por um habeas corpus,  Eric Douglas Martins Fidelis  se cala sobre repasses de empresas do 'Careca do INSS' ao seu escritório - Saulo Cruz/Agência Senado
Beneficiado por um habeas corpus, Eric Douglas Martins Fidelis se cala sobre repasses de empresas do 'Careca do INSS' ao seu escritório
Marcel Naves
Por Marcel Naves marcel.naves@viva.com.br

Publicado em 13/11/2025, às 18h30 - Atualizado às 18h58

São Paulo, 13/11/2025 - O relator da CPMI que investiga as fraudes nas aposentadorias do INSS, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), afirmou que o advogado Eric Douglas Martins Fidelis intermediava propina no esquema de fraudes. Durante reunião nesta quinta-feira (13), amparado por um habeas corpus concedido pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), Eric Douglas não respondeu à maior parte das perguntas.
De acordo com Gaspar, associações que cobravam sem autorização mensalidades de aposentados pagaram o pai de Eric, André Fidelis para permitir os descontos automáticos na folha de pagamento do INSS. Ex-diretor de Benefícios do INSS em 2023 e 2024, André Fidelis foi preso pela Polícia Federal na manhã desta quinta, em nova fase da Operação Sem Desconto.
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Segundo o relator, Fidelis foi quem mais “concedeu acordo de cooperação técnica (ACT) da história do INSS”. Foram 14 entidades aprovadas, que descontaram cerca de R$ 1,6 bilhões dos aposentados, disse Gaspar.

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No início do depoimento, Eric Martins Fidelis, dono de escritório de advocacia, disse ter agido com "ética profissional" e alegou ser advogado há 10 anos com experiência em direito previdenciário. “Sempre atuei de acordo com que prega a ética do estatuto da OAB. Já contamos, no escritório, com mais de uma centena de clientes, entre pessoas físicas, empresas, sindicatos”, relatou Fidelis.

Esquema milionário

Segundo a relatoria da CPMI o escritório Eric Fidelis Sociedade Individual de Advocacia, de Recife, recebeu R$ 1,5 milhão de três empresas de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como "Careca do INSS", preso pela Polícia Federal, acusado de ser um dos principais articuladores do esquema. 
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De acordo com o  deputado Alfredo Gaspar, Eric Douglas Martins Fidelis recebeu mais de R$ 3 milhões do "Careca" sendo R$ 1,5 milhão por meio do escritório e R$ 1,8 milhão diretamente na conta bancária.
O relator afirmou que outras associações de aposentados do Nordeste pagaram André Fidelis por meio de seu filho. É o caso da Universo Associação dos Aposentados e da Associação dos Aposentados e Pensionistas Nacional (Aapen) que  repassou para o escritório de advocacia de Eric Martins Fidelis, cerca de  R$ 2,4 milhões.

Próxima convocação

Presidente da CPMI,  senador  Carlos Viana (Podemos-MG) afirmou que será avaliada a saúde do ex-coordenador-geral de Pagamentos e Benefícios do INSS, Jucimar Fonseca da Silva, antes de seu depoimento. Ele foi convocado para depor na próxima segunda-feira (17), mas está impossibilitado de comparecer, conforme atestado médico. 

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