São Paulo, 24/10/2025 - O Governo do Estado de São Paulo anunciou nesta sexta-feira um novo sistema de monitoramento dos reservatórios e mananciais do Sistema Integrado Metropolitano (SIM). A metodologia estabelece sete faixas de atuação, que representam níveis graduais de criticidade e orientam as medidas de contingência a serem adotadas em cada cenário. Quanto maior o número da faixa, mais grave é a situação hídrica.
Quais são as faixas
- Nas faixas de 1 a 3, o foco é em prevenção, consumo racional de água e combate a perdas na distribuição.
- As faixas 1 e 2 estabelecem o Regime Diferenciado de Abastecimento (RDA) e a gestão de demanda noturna de 8 horas, respectivamente.
- A faixa 3, onde São Paulo se encontra atualmente, prevê gestão de demanda noturna de 10 horas por dia e intensificação de campanhas de conscientização.
- As faixas 4, 5 e 6 são para contingência controlada, com períodos ampliados de redução da pressão na rede, por 12, 14 e 16 horas.
- A faixa 7 aponta o cenário mais grave, com rodízio de abastecimento entre regiões e obrigação de fornecimento de caminhões-pipa para apoio a serviços essenciais.
Desde o final de agosto, foram adotadas medidas de economia de água após o volume de armazenamento dos mananciais atingirem os menores níveis em 10 anos na região metropolitana de São Paulo. As iniciativas incluem a redução da pressão na distribuição de água e a diminuição do volume de água retirado do Sistema Cantareira.
A inconsistência nas chuvas em meio às mudanças climáticas dificulta prever uma mudança nas faixas, seja para cima ou para baixo, segundo a secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo, Natália Resende. No entanto, ela não considera que a perspectiva seja tão grave quanto na década passada, quando o Estado de São Paulo enfrentou uma forte crise hídrica.
"Estamos com um comportamento parecido com 2021, mas muito diferente de 2014 e 2015. Hoje o sistema é mais resiliente por causa das obras realizadas neste meio tempo, inclusive de interligação de sistemas", afirmou Natália em coletiva realizada hoje.
O diretor-presidente da Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp), Thiago Mesquita, ponderou que é possível que ainda haja alguma queda nos reservatórios, como ocorreu em 2021. Mas isso não necessariamente significa uma mudança na faixa e necessidade de endurecer as medidas.
"Ocorrendo um regime de chuva semelhante ao de 2021, as iniciativas já em vigor são suficientes para sustentar o reservatório", disse. "Se for uma queda de reservatórios em linha ou projetado dentro da curva de contingência, permaneceremos dentro da faixa 3 e, portanto, não vai ser necessário nenhuma medida adicional", acrescentou.
Nas faixas 4, 5 e 6, os cenários são de contingência controlada, com períodos ampliados de redução da pressão na rede, por 12, 14 e 16 horas. Por fim, na faixa 7, o cenário mais grave inclui o rodízio de abastecimento entre regiões, com obrigação de fornecimento de caminhões-pipa para apoio a serviços essenciais.
Rodízio de abastecimento de água
Mesquita, da Arsesp, afirmou que o rodízio de abastecimento de água é uma medida de caráter excepcional e de impacto muito alto. "Ele só será considerado quando todas as medidas anteriores se revelarem insuficientes para garantir a preservação dos reservatórios”, reforçou.
Para assegurar previsibilidade, as restrições só acontecem após sete dias consecutivos dos índices em uma mesma faixa, com relaxamento após 14 dias consecutivos de retorno ao cenário imediatamente mais brando.