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Haddad vê espaço para corte de juros e reação rápida da economia

Diogo Zacarias/MF

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, vê espaço para a queda da taxa Selic nos próximos meses - Diogo Zacarias/MF
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, vê espaço para a queda da taxa Selic nos próximos meses

Por Francisco Carlos de Assis, Cícero Cotrim e Mariana Gualter, da Broadcast

redacao@viva.com.br
Publicado em 16/09/2025, às 12h03 - Atualizado às 14h00
São Paulo e Brasília, 16/09/2025 - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a equipe econômica está conseguindo reancorar as expectativas de inflação. Isso significa dizer que as projeções de economistas do mercado financeiro voltaram a ficar mais próximas dos objetivos estipulados pelo governo. Com isso, na opinião de Haddad, vai se abrir um espaço para o Banco Central iniciar o ciclo de cortes da taxa básica de juros, a Selic.
O ministro não se comprometeu com uma previsão de quando a Selic poderá começar a cair, mas que está perto de acontecer. "Tudo leva a crer que o ciclo de corte da Selic vai começar nos próximos meses", afirmou, em participação remota no evento J.Safra Investment Conference, nesta terça-feira, em São Paulo.
Leia também: Emprego aquecido no Brasil indica taxa Selic alta por mais tempo, dizem economistas
A primeira etapa da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) começou às 10h08, informou o Banco Central. Nesta fase, o presidente da autarquia, Gabriel Galípolo, e os oito diretores assistem a apresentações técnicas do corpo funcional sobre a economia, para embasar a decisão sobre a taxa Selic. A decisão será divulgada na quarta-feira, 17, a partir das 18h30
O mercado está unânime quanto à manutenção da Selic em 15% nesta reunião do Copom, e, segundo pesquisa Projeções Broadcast, a maioria das instituições (74%) prevê que a taxa fique estável nesse nível até, pelo menos, o final do ano. 
Ainda de acordo com o ministro, a economia vai reagir muito rapidamente à queda dos juros. Haddad destacou que a economia está se beneficiando de uma taxa de câmbio com o dólar caindo para algo em torno de R$ 5,30, "o que é positivo por causa do impacto sobre a inflação". O ministro disse ainda ter esperança de que PIB potencial do Brasil vai superar os 2,5% estimados hoje.
No evento, Haddad comentou sobre a reforma tributária, que está em tramitação no Senado. Segundo ele, o País terá uma acomodação dos preços relativos, mas para o bem da economia. "Não acredito que a reforma tributária terá impacto inflacionário porque fiscalmente ela é neutra", disse, adiantando que o texto de regulamentação da reforma deve ser votado amanhã, quarta, no Senado.
Para ele, os efeitos da reforma tributária na economia devem ser notados a partir de 2027 e o País vai terminar 2026 com menor a menor inflação desde Plano Real e o PIB com crescimento médio de 3%. "Penso que vamos entrar em uma trajetória de queda de juros com sustentabilidade", disse.
O otimismo do  ministro quanto ao cumprimento das metas fiscais em 2025 e 2026 está associado à percepção dele de que não está faltando compreensão do Congresso Nacional para o tema. "Concluiremos mandato com solidez fiscal bastante superior à que recebemos", disse emendando que ontem negociou com líderes da Câmara o encaminhamento de projetos para orçamento 2026.
Galípolo e os membros do colegiado têm reiterado que o Comitê mira na convergência da inflação para o centro da meta, de 3%, e não para o teto, de 4,5%. Desde o último Copom, também têm enfatizado que os juros tendem a permanecer em campo restritivo por prazo prolongado. "O BC não pode se emocionar. A velocidade e a função de reação do BC precisam ser diferentes das do mercado", disse o presidente em 27 de agosto. 
Para analistas consultados pela Broadcast embora a economia comece a mostrar os primeiros sinais de que o grau restritivo da política monetária está surtindo efeito, ainda é cedo para o colegiado mudar de direção ou mesmo abrir espaço para que o mercado passe a apostar em cortes ainda neste ano. 

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