"Apesar da isenção concedida a 694 produtos - o que representa cerca de 45% do valor exportado pelo Brasil ao mercado norte-americano - os efeitos sobre a economia nacional ainda serão expressivos", diz a Fiemg.
Os setores industriais mais atingidos, segundo o estudo, serão a siderurgia, a fabricação de produtos de madeira, de calçados e de máquinas e equipamentos mecânicos.
Na agropecuária, destaca-se o impacto sobre a pecuária, especialmente a cadeia da carne bovina, que segue fora da lista de isenções tarifárias e representa parcela significativa da pauta exportadora nacional.
Minas Gerais
No caso específico de Minas Gerais, que é terceiro maior Estado exportador para os EUA, com US$ 4,6 bilhões em exportações em 2024, o Estado terá aproximadamente 37% de suas exportações isentas, com destaque para itens como ferro fundido, ferro-nióbio e aeronaves. Como 63% da pauta mineira permanece sujeita à tarifa, são atingidos produtos como café, carnes bovinas e tubos de aço.
No curto prazo, a economia mineira poderá ter uma perda de R$ 4,7 bilhões no PIB e redução de mais de 30 mil empregos em prazo de até dois anos. Em um horizonte de 5 a 10 anos, os impactos podem ultrapassar R$ 15,8 bilhões no PIB estadual e eliminar mais de 172 mil postos de trabalho. Os efeitos recaem principalmente sobre os setores de siderurgia, pecuária, fabricação de produtos da madeira e calçados.
Diplomacia como solução
O presidente da Fiemg, Flávio Roscoe, defendeu a via diplomática como caminho mais eficaz para mitigar os impactos negativos da medida.
"A imposição dessas tarifas, ainda que parcialmente suavizada pelas isenções, foi unilateral e sem negociação com o governo brasileiro. É fundamental que o Brasil atue diplomaticamente para ampliar o número de produtos isentos, preservar sua competitividade no mercado internacional e proteger empregos e investimentos nacionais", destacou Roscoe.