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São Paulo, 01/08/2025 - O novo Relatório Setorial 2024 – Macrossetor de TIC, produzido pela Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e de Tecnologias Digitais (Brasscom), revelou que o ramo da tecnologia teve uma produção de R$ 762,4 bilhões em 2024, representando 6,5% do Produto Interno Bruto (PIB).
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Este montante é resultado de um crescimento médio de 8,4% ao ano desde 2022. Seguindo esta evolução, a Brasscom espera investimentos de R$ 774 bilhões em transformação digital até 2028, dívidos majoritariamente nas áreas de Nuvem (R$ 331,9 bilhões), Inteligência Artificial (R$ 145,9 bilhões) e Big Data & Analytics (R$ 110,5 bilhões).
Affonso Nina, presidente Executivo da Brasscom, acredita que o crescimento indica um caminho para tornar o Brasil um ator no cenário de tecnologias digitias; para o qual o processamento de dados seria a porta de entrada.
"Quando a gente fala, no mundo todo, em tecnologias digitais, pouco se fala do Brasil. Quando se fala em agro, aí o Brasil aparece na foto. Aqui existe uma oportunidade: se o país se tornar um polo global de processamento de dados, deixando de ser um importador desses serviços e passando a ser um exportador, saímos do backstage e entramos no palco. Passamos a ser atores — ainda não protagonistas, mas passamos a ser um ator global. E isso impacta toda a cadeia da economia digital, impulsionando o desenvolvimento de pessoas e atraindo investimentos para o Brasil"
Segundo o relatório, em 2024, o setor criou 52.026 novos postos de trabalho formais, totalizando 2.100.886 empregos, o que representa 3,8% do total de vagas formais no Brasil. O crescimento de 2,5% supera o registrado na área em 2023, mas fica abaixo da média nacional (3,1%). Num comparativo regional, o Norte do país registrou o maior crescimento percentual de contratações em 2024: 7,4% no setor de TIC e 3% em Telecom.
O grande destaque do ramo segue sendo a remuneração: profissionais em empresas de Software recebem, em média, três vezes mais que a média nacional, enquanto aqueles em Serviços de TIC ganham 2,3 vezes acima da média. São Paulo lidera o ranking de médias salariais no setor de TIC desde 2020, enquanto o Rio de Janeiro se destaca com os maiores salários em Telecom.
A tendência é de crescimento, mas, para manter o quadro, Nina avisa da importância de se adequar políticas públicas e privadas às novas demandas do mercado.
“Embora tenhamos avançado, precisamos revisar as grades curriculares, fomentar políticas de requalificação profissional e promover incentivos ao ensino técnico e superior voltados para TIC. Além disso, questões estruturais como reforma tributária, reoneração da folha de pagamento, regulação do trabalho informal e a PEC 6x1 devem ser tratadas com prioridade para garantir um ambiente favorável ao crescimento sustentável do setor”
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