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Novas exceções de Trump atingem 10,9% das exportações brasileiras aos EUA

Cícero Cotrim e Isadora Duarte, da Broadcast

Café solúvel foi um dos produtos que ficaram fora da nova lista de exceções dos EUA - Cícero Cotrim e Isadora Duarte, da Broadcast
Café solúvel foi um dos produtos que ficaram fora da nova lista de exceções dos EUA

Por Redação Viva

redacao@viva.com.br
Publicado em 21/11/2025, às 15h00
Brasília, 21/11/2025 - A nova lista de exceções à tarifa adicional de 40% publicada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na noite de quinta-feira, libera 10,9% da pauta de exportações do Brasil do tributo, ou US$ 4,395 bilhões. Agora, 55,4% dos produtos brasileiros estão isentos dessa tarifa. É o equivalente a US$ 22,381 bilhões dos US$ 40,369 bilhões embarcados para os EUA em 2024.
Para chegar aos resultados, a Broadcast cruzou as informações do Comexstat, sistema nacional de estatísticas de comércio exterior, com a lista de exceções às tarifas. Pode haver pequenas inconsistências nos números, porque os códigos da Tabela Tarifária Harmonizada dos Estados Unidos (HTSUS) são mais detalh
Leia também: Trump anuncia redução das tarifas de carne bovina, café e outros produtos
Entre as novas exceções anunciadas na quinta-feira, o produto com maior impacto é o "café não torrado e não descafeinado", o terceiro da pauta exportadora aos EUA, atrás apenas de óleos brutos de petróleo e de outros produtos semimanufaturados de ferro e aço. Em 2024, as vendas desse produto somaram US$ 1,896 bilhão, pouco menos de 5% do total dos embarques. O café solúvel brasileiro, no entanto, foi mantido na lista de produtos sujeitos à taxa de 50%. 
As carnes de bovino desossadas e congelada - nono produto da pauta exportadora, com vendas de US$ 885,026 milhões no ano passado, ou 2% do total - também entraram na lista de exceções. Em seguida, por participação no total, aparecem preparações alimentícias e conservas de bovinos (US$ 393,554 milhões, ou 1%); outros sucos de laranja não fermentados (US$ 222,089 milhões, ou 0,5%); e óleo essencial de laranja (US$ 202,596 milhões, ou 0,5%).
Nas contas do economista-chefe da Leme Consultores, José Ronaldo Souza Júnior, as isenções à tarifa extra agora alcançam 48,08% da pauta exportadora do Brasil para os EUA em 2024, enquanto 51,92% dos produtos continuam tarifados. 
Ele destaca que as novas exceções contemplaram justamente os produtos que eram mais fortes candidatos a uma redução de tarifas. Café e carne bovina, por exemplo, são produzidos em enorme escala pelo Brasil e muito consumidos nos Estados Unidos. Por isso, manter a sobretaxa poderia levar a problemas inflacionários e ser politicamente custoso, ele destaca.
Mas, enquanto os produtos do agro já estavam sendo redirecionados, o analista destaca a dificuldade de redirecionar as exportações da indústria brasileira. "O Brasil tem uma dificuldade de integração nas cadeias produtivas globais industriais, e os EUA eram um destino diferente para o caso brasileiro", ele explica.
O diretor de Relações Governamentais e Comércio Internacional da consultoria BMJ, José Pimenta, calcula que ao todo foram 347 novas exceções, incluindo produtos agropecuários, químicos e peças de avião. "O foco principal foi café e carne. Em relação a tudo que o Brasil exportou o ano passado, foram desgravados US$ 4,1 bilhões em NCMs, 68% desse valor são café e carne", aponta. 
"Com essa nova leva de isenções, que alcança 10%, somando aos 20% que estavam isentos, aproximadamente 30% dos produtos brasileiros estão isentos de tarifa", diz Pimenta. Dos outros 70%, parte possui tarifaço de 50%, parte tem sobretaxa de 40%, parte alíquota recíproca de 10% e parte de produtos ligados à Seção 232. "Portanto, 65% a 70% das exportações brasileiras ainda estão sujeitas a algum tipo de tarifa adicional, imposta durante o governo Trump", pontuou.
Palavras-chave exportações tarifas Trump EUA

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