Rio, 16/09/2025 - O Ministro das Relações Exteriores, embaixador Mauro Vieira, anunciou hoje o Acordo de Livre Comércio entre o
Mercosul e a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA) - bloco integrado por Noruega, Suíça, Islândia e Liechtenstein.
O chanceler destacou que o acordo beneficia não só grandes, mas também médias e pequenas empresas e que traz um compromisso claro com questões ambientais. "Esse acordo criará uma área de livre comércio que reúne 300 milhões de habitantes e com um PIB conjunto de US$ 4 trilhões. É um acordo inovador que facilita e aproxima os oito países signatários e que no futuro, evidentemente, ainda poderá incluir os novos membros do Mercosul", disse.
O ministro ainda ressaltou que há esforços para "passos novos" para a aproximação do Mercosul com novos mercados em todos os continentes.
Mais cedo, os ministérios do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), de Relações Exteriores (MRE) e da Agricultura e Pecuária (MAPA) divulgaram nota conjunta sobre o acordo Mercosul-EFTA.
"Diante de um cenário externo desafiador, o Brasil reafirma seu interesse em, conjuntamente com os sócios do MERCOSUL, promover comércio baseado em regras e ampliar mercados para as empresas nacionais", diz a nota.
Segundo os ministérios, o acordo Mercosul-EFTA - somado ao já assinado acordo de livre comércio entre o bloco sul-americano e Cingapura e ao acordo entre Mercosul e União Europeia, ainda pendente de assinatura - vai levar a um aumento de 152% da corrente de comércio brasileira. "Trata-se da maior ampliação da rede de acordos comerciais do Brasil", diz o texto.
"Ademais, o Brasil está empenhado em concluir proximamente as negociações com os Emirados Árabes Unidos, em retomar as negociações com o Canadá e expandir os acordos existentes com México e Índia, entre outras frente negociadoras", continua a nota, acrescentando que o País está comprometido com o multilateralismo, desenvolvimento sustentável e cooperação internacional.
Vistos dos EUA
Em meio à tensão com os Estados Unidos por conta das tarifas sobre produtos brasileiros e do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF), Vieira, minimizou a possibilidade de impasses para participar da 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU), nos EUA.
"Os Estados Unidos, na condição de país sede da ONU, têm, pelo compromisso no acordo de sede, o compromisso de conceder esses visto"”, respondeu a jornalistas.
O governo brasileiro informou nesta segunda-feira, 15, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva estará acompanhado de Vieira na assembleia, marcada para 22 a 24 de setembro, em Nova York. Eles integrarão uma comitiva com outros ministros e especialistas do governo.
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