Por que Trump está apreendendo navios na Venezuela?
Foto: White House
Por Joyce Canele
redacao@viva.com.brSão Paulo, 22/12/2025 - Na madrugada do dia 20 de dezembro, na costa venezuelana, a Guarda Costeira dos Estados Unidos apreendeu um navio-tanque acusado de integrar uma rede clandestina de escoamento de petróleo.
A operação foi confirmada no dia seguinte pela secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, por uma publicação realizada pela sua conta oficial da rede social X (antigo Twitter).
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A apreensão ocorre em meio à estratégia do governo Donald Trump de reforçar sanções contra Caracas e gera reações duras da China, além de repercussões no Sudeste Asiático e no Estreito de Taiwan.
Por que Trump está apreendendo navios na Venezuela?
A apreensão do petroleiro faz parte de uma ofensiva dos Estados Unidos para sufocar financeiramente o governo venezuelano. Segundo a Casa Branca, o navio atuava como parte de uma frota clandestina usada para traficar petróleo considerado 'roubado', em violação às sanções impostas por Washington.
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Em publicação nas redes sociais, Kristi Noem afirmou que os EUA continuarão a perseguir o comércio ilícito de petróleo sancionado, alegando que os recursos obtidos financiam atividades criminosas e o narco terrorismo na região.
In a pre-dawn action early this morning on Dec. 20, the US Coast Guard with the support of the Department of War apprehended an oil tanker that was last docked in Venezuela.
— Secretary Kristi Noem (@Sec_Noem) December 20, 2025
The United States will continue to pursue the illicit movement of sanctioned oil that is used to fund… pic.twitter.com/nSZ4mi6axc
"Em uma operação realizada antes do amanhecer de hoje, 20 de dezembro, a Guarda Costeira dos EUA, com o apoio do Departamento de Guerra, apreendeu um navio-tanque que estava atracado na Venezuela. Os Estados Unidos continuarão a perseguir o movimento ilícito de petróleo sancionado que é usado para financiar o narcoterrorismo na região. Nós os encontraremos e os deteremos." Tradução do post publicado por Kristi Noem.
A operação contou com apoio do Departamento de Guerra e ocorreu quando a embarcação estava atracada em território venezuelano.
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Para o governo Trump, a apreensão busca reforçar o cerco econômico ao regime de Nicolás Maduro, pressionando Caracas a aceitar mudanças políticas internas.
A medida, porém, amplia o risco de atritos diplomáticos e levanta questionamentos sobre a legalidade da ação em águas internacionais ou portos estrangeiros.
Reação da China
Pequim reagiu com veemência, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, afirmou que os Estados Unidos violaram gravemente o direito internacional ao apreender arbitrariamente embarcações de outros países.
Segundo ele, a China se opõe a sanções unilaterais que não tenham base no direito internacional nem autorização do Conselho de Segurança da ONU.
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Lin Jian ressaltou por meio de um comunicado realizado pelo Ministério das Relações Exteriores da República Popular da China, que a Venezuela tem o direito de desenvolver cooperação independente e mutuamente benéfica com outros países e disse que a defesa, por Caracas, de seus direitos e interesses legítimos encontra compreensão e apoio da comunidade internacional.
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