Automedicação: o hábito comum que pode causar efeitos graves à saúde

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Saber identificar quando é hora de procurar um médico pode evitar complicações

Por Joyce Canele

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Publicado em 06/06/2025, às 08h03

A automedicação é um hábito comum, mas que pode trazer riscos sérios à saúde. Medicamentos amplamente usados, como omeprazol e anti-inflamatórios, podem parecer simples, mas seu uso sem controle médico pode ser perigoso. 

De acordo com dados da Conselho Regional de Farmácia de Pernambuco (CFF), mais de 77% dos brasileiros consomem medicamentos sem orientação médica. Esse costume, embora pareça inofensivo, pode causar efeitos colaterais graves, esconder sintomas importantes ou até gerar dependência.

Por exemplo, o uso contínuo de omeprazol pode prejudicar a absorção de nutrientes e provocar sintomas como fadiga, dores de cabeça e problemas nos rins. Já anti-inflamatórios comuns, como ibuprofeno e nimesulida, podem causar úlceras no estômago, elevar a pressão arterial e sobrecarregar os rins, especialmente em pessoas mais velhas.

Outro grupo de medicamentos que não devem ser usados sem prescrição são os corticoides, como prednisona e dexametasona. Eles são eficazes no combate a inflamações graves, mas o uso inadequado pode levar a efeitos colaterais severos, como aumento da glicose, inchaços, insônia e hipertensão.

Ansiedade e depressão são condições sérias que exigem cuidado. Medicamentos como clonazepam e fluoxetina são psicotrópicos controlados que, se usados de forma errada, podem provocar dependência, crises, agitação, insônia e até pensamentos suicidas.

Um dos grandes perigos da automedicação é o uso inadequado de antibióticos, o uso sem prescrição contribui para o aumento da resistência bacteriana, um problema que preocupa a saúde pública em todo o mundo.

Além disso, muitas pessoas não sabem que até xaropes e remédios para gripe podem causar malefícios. Alguns xaropes contêm codeína, que pode causar sonolência, reações alérgicas e até dependência. Remédios antigripais podem ter vasoconstritores, que elevam a pressão arterial e são contraindicações para quem tem problemas cardíacos.

Crianças e idosos são grupos que precisam de atenção redobrada em relação à automedicação. Nos pequenos, doses erradas podem causar intoxicações graves; o Ministério da Saúde alerta que 33% das intoxicações infantis são provocadas por medicamentos. Já nos idosos, a sensibilidade aumentada e o uso frequente de vários medicamentos tornam os riscos ainda maiores.

Saber identificar quando é hora de procurar um médico pode evitar complicações. É importante buscar ajuda profissional se os sintomas persistirem por mais de dois dias, se houver dor intensa ou febre alta sem causa aparente, se você começar um novo tratamento ou usar outro medicamento ao mesmo tempo, ou se tiver doenças crônicas.

A automedicação pode parecer uma solução rápida, mas pode acabar atrasando diagnósticos e agravando problemas. 

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