Foto: Envato Elements
Por Beatriz Duranzi
redacao@viva.com.brSão Paulo, 15/11/2025 - Muita gente só percebe que sofre de bruxismo depois de notar dores na mandíbula, estalos ao mastigar ou até dentes desgastados.
O distúrbio, caracterizado pelo ato involuntário de apertar ou ranger os dentes, é mais comum do que se imagina, e pode causar sérios prejuízos à saúde bucal e muscular se não for tratado.
O hábito exerce uma sobrecarga nas arcadas dentárias e nos músculos da face, podendo provocar ou agravar os chamados distúrbios temporomandibulares (DTM).
Em casos prolongados, os efeitos vão além do incômodo: incluem desgaste dental, retração gengival (quando a gengiva se afasta da coroa do dente, expondo a raiz) e aumento da sensibilidade.
Nos quadros mais severos, o bruxismo pode causar trincas e quebras em restaurações, próteses, implantes, e até nos próprios dentes.
Leia também: Dia Mundial do Dentista reforça cuidado com a saúde bucal e bem-estar
Durante muito tempo, acreditava-se que o bruxismo era um problema exclusivo da hora de dormir. Hoje, especialistas do Hospital Israelita Albert Einstein explicam que ele também pode ocorrer enquanto a pessoa está acordada, de forma inconsciente e geralmente ligada à tensão e ao estresse.
Quando o ato de apertar os dentes acontece durante o dia, ele é chamado de bruxismo de vigília. Já o bruxismo noturno tem origem em alterações do sistema nervoso central e dos mecanismos de controle do sono, podendo envolver o ranger de dentes e movimentos musculares involuntários.
Em ambos os casos, fatores como ansiedade, estresse, depressão, além de questões genéticas, uso de certos medicamentos (como antidepressivos), apneia do sono, tabagismo e consumo de álcool ou cafeína podem agravar o quadro.
Leia também: Dentista pelo SUS: saiba como fazer seu tratamento por meio do "Brasil Sorridente"
Os sinais mais comuns incluem dores na face ou na cabeça, tensão muscular, zumbido no ouvido, dificuldade para abrir a boca e desgaste visível nos dentes.
Em muitos casos, o paciente demora a perceber o problema, e o diagnóstico acaba sendo feito durante uma consulta odontológica de rotina.
Por ter causas variadas, o tratamento do bruxismo exige uma abordagem personalizada. O ideal é procurar um cirurgião-dentista especializado em disfunção temporomandibular (DTM) e dor orofacial, responsável por avaliar o grau do distúrbio e indicar o melhor tratamento.
Vale lembrar que muita gente confunde DTM com ATM, que é Articulação Temporomandibular em si, a estrutura que conecta a mandíbula ao crânio.
O uso de placas oclusais, dispositivos de acrílico feitos sob medida que impedem o contato direto entre os dentes, é uma das medidas mais comuns para proteger o esmalte dental e reduzir a dor.
Em situações em que o problema está relacionado a fatores emocionais ou distúrbios do sono, pode ser necessária a atuação conjunta de fisioterapeutas, psicólogos e neurologistas.
Sessões de psicoterapia e terapias para controle da ansiedade e do estresse costumam ser parte essencial do tratamento.
Leia também: Dor de cabeça que não passa? O problema pode estar na sua boca
Especialistas destacam que, além do acompanhamento profissional, alguns hábitos ajudam a reduzir o impacto do bruxismo no dia a dia:
Embora o bruxismo não tenha cura definitiva em todos os casos, o tratamento adequado e a identificação das causas ajudam a minimizar os sintomas e proteger a saúde bucal.
Leia também: Roer unhas faz mal? Veja os riscos à saúde e como parar
Se você sente dores na mandíbula ao acordar, dentes sensíveis, estalos ao mastigar ou tensão na face e no pescoço, é importante procurar um dentista especializado.
O diagnóstico precoce evita complicações e garante mais qualidade de vida. Bruxismo pode parecer um detalhe, mas é um alerta do corpo de que algo precisa de atenção.
Política de comentários
Este espaço visa ampliar o debate sobre o assunto abordado na notícia, democrática e respeitosamente. Não são aceitos comentários anônimos nem que firam leis e princípios éticos e morais ou que promovam atividades ilícitas ou criminosas. Assim, comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, que usam palavras de baixo calão, incitam a violência, exprimam discurso de ódio ou contenham links são sumariamente deletados.
Gostou? Compartilhe
Planos de Saúde