São Paulo, 16/09/2025 - O
Ministério da Saúde informou que o cartão nacional do Sistema Básico de Saúde (SUS), passará a exibir apenas o
nome e o número do CPF, substituindo o número do Cartão Nacional de Saúde (CNS).
A medida foi anunciada pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e pela ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, e terá como resultado a suspensão de aproximadamente 111 milhões de cadastros nos quais não constam atualmente o CPF.
Desde julho, 54 milhões de registros sem o documento já foram suspensos, meta que deverá ser duplicada até 2026. O Ministério da Saúde informou ainda que os pacientes sem CPF continuam sendo atendidos normalmente no Sistema Único de Saúde (SUS) e que a medida tem por objetivo promover "uma revolução tecnológica no SUS".
Identificador único
“Estamos dando um passo decisivo rumo a uma revolução tecnológica no SUS, ao adotar o CPF como identificador único dos cidadãos. Essa é uma mudança estrutural, que prepara o presente e o futuro do SUS, fazendo do nosso sistema uma referência ainda maior para o mundo”, afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
A mudança, segundo o ministro, garante "mais eficiência e segurança, combate desperdícios, integra dados e melhora o planejamento das políticas públicas de saúde", além de fortalecer a produção de conhecimento e pesquisa ao possibilitar o cruzamento com outros bancos de dados governamentais.
Desde o início da atualização, os registros passaram de 340 milhões para 286,8 milhões cadastros ativos. Desse total, 246 milhões já estão vinculados ao CPF e 40,8 milhões permanecem sem CPF, em fase de análise para inativação. O processo também alcança cadastros inconsistentes ou duplicados. A meta é que, ao final da ação, a base do CADSUS seja equivalente ao total de CPFs ativos na Receita Federal: 228,9 milhões.
Com isso, o agendamento de consultas, a
vacinação e o atendimento de urgência poderão levar em conta apenas o CPF, evitando necessidade de apresentar outras documentações. A atualização já está disponível no CADSUSWEB, sistema utilizado pelos gestores, e em breve será lançada no Meu SUS Digital, que fornece o cartão em formato digital.
E quem não tem CPF?
Em coletiva de imprensa, Padilha disse que a falta de CPF não será impeditivo para atendimento no SUS. Nesses casos, será gerado um número provisório que será inativado um ano depois. "Quem não tem CPF não vai estar para trás", disse o ministro, mencionando também os estrangeiros.
"O SUS atende e acolhe estrangeiros, não taxa ninguém, não faz retaliação nenhuma. Se não tiver CPF, vai ser atendido, vai ter um número provisório no cadastro", afirmou o ministro.
Para garantir o acesso universal ao SUS, o Ministério da Saúde estabeleceu um cadastro temporário para cidadãos atendidos sem CPF, válido por até 1 ano. Essa medida atende a situações em que a pessoa não consegue informar o CPF no momento do atendimento, como em casos de emergência. Após a alta ou regularização, é necessária a prova de vida e a inclusão do CPF.
O órgão federal diz ainda que "populações que não utilizam CPF como estrangeiros, indígenas e ribeirinhos permanecem identificados pelo CNS, nomenclatura que passa a substituir a expressão 'cartão' para reforçar que se trata de um registro secundário e complementar ao CPF".