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Publicado em 24/11/2025, às 11h54
São Paulo, 24/11/2024 - Como medida de auxílio em tratamentos de câncer de próstata, a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Complexo Econômico-Industrial da Saúde, do Ministério da Saúde, determinou a incorporaração no Sistema Único de Saúde (SUS) a cirurgia robótica em casos clinicamente localizados ou avançados da doença. A medida deve começar a valer em 29 de março de 2026.
A portaria, publicada em 30 de setembro passado, tornou a prostatectomia radical assistida por robô acessível pelo SUS. O procedimento envolve a retirada completa da próstata, das vesículas seminais e, em alguns casos, dos linfonodos pélvicos.
Enquanto a portaria não entra em vigor, ainda não foram determinados os processos e limitações para que os pacientes com indicação de retirada da próstata sejam encaminhados para o procedimento.
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O líder do centro de referência em tumores urológicos do A.C. Camargo, Stênio Zequi, explica que esse tipo de cirurgia permite uma maior preservação das estruturas neurológicas e vasculares do paciente. "Ajuda também o cirurgião a preservar melhor as estruturas responsáveis pelas funções urinárias e sexuais", afirma.
Antes, a cirurgia robótica era restrita ao setor privado e não fazia parte da cobertura obrigatória dos planos de saúde. Com a nova determinação, as operadoras de planos de saúde tinham 60 dias para incluir o procedimento para os beneficiários desde a publicação da portaria - de modo que deve começar em breve.
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Apesar de a portaria determinar o prazo de 180 dias para que o SUS efetive a oferta do procedimento, Stênio aponta que poderá demorar mais: "O robô em si e a manutenção são muito caros", observa.
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A inserção do procedimento no âmbito público perpassa gastos, espaço e acesso. Um estudo feito no Hospital Universitário Pedro Ernesto da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (HUPE-UERJ) analisou os valores relacionados aos procedimentos realizados com uma técnica cirúrgica baseada na cirurgia robótica, mas de forma aberta, com uma pequena incisão, chamada de Prostatectomia Radical Retropúbica Anterógrada Anatômica (ou AORP, em inglês).
O estudo mostrou que, na prática, enquanto a cirurgia robótica democratizou a realização da prostatectomia radical (robótica) para muitos cirurgiões, o custo elevado da tecnologia é uma limitação severa, sendo reportado como 3,7 vezes superior ao da cirurgia aberta.
Outro ponto de diferença apresentado pelo estudo é a demanda de espaço e duração do procedimento: a cirurgia robótica demanda um espaço maior com uma infraestrutura tecnológica, com anestesia geral e cinco horas de procedimento. Já a AORP pode ser feitas em salas de médio porte, com anestesia apenas na região e duração de 2 horas por procedimento.
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