Dermatite atópica: o que é e como tratar?

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Em quadros mais avançados ou antigos, a pele pode apresentar espessamento ou áreas esbranquiçadas, resultado da inflamação repetitiva - Foto: Envato Elements
Em quadros mais avançados ou antigos, a pele pode apresentar espessamento ou áreas esbranquiçadas, resultado da inflamação repetitiva

Por Joyce Canele

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Publicado em 23/07/2025, às 09h00

Crianças e também adultos podem apresentar manchas avermelhadas na pele, muitas vezes acompanhadas de coceira intensa. Esses sinais podem indicar a presença de dermatite atópica, uma condição inflamatória crônica da pele que atinge milhões de pessoas no Brasil e no mundo. Trata-se de uma doença que costuma afetar a qualidade de vida, exigindo atenção constante para controlar os sintomas e evitar novas crises.

De acordo com informações da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a dermatite atópica é um tipo comum de eczema, mais frequente na infância, embora possa surgir em qualquer fase da vida. Sua origem está relacionada a fatores genéticos e, por isso, não é uma doença contagiosa

Principais sinais

A pele seca e a coceira persistente são os principais sinais da condição, que tende a afetar áreas como dobras dos braços, joelhos e região do pescoço. Em muitos casos, ela aparece associada a outras condições alérgicas, como rinite, asma ou conjuntivite.

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Entre os sintomas mais comuns estão a presença de lesões ressecadas, avermelhadas e com ferimentos provocados pelo ato de coçar.

Gravidade

A gravidade dos sintomas varia conforme o estágio da doença. Em quadros mais avançados ou antigos, a pele pode apresentar espessamento ou áreas esbranquiçadas, resultado da inflamação repetitiva. Em geral, trata-se de uma doença com crises recorrentes e períodos de melhora, que podem durar semanas ou até anos. Quando a pele é constantemente ferida pela coceira, há maior risco de infecção por bactérias, especialmente o Staphylococcus aureus.

Também podem ocorrer infecções virais, como o herpes simples, e até infecções fúngicas. Um tipo grave de infecção viral associado à dermatite atópica é a erupção variceliforme de Kaposi, que exige cuidados médicos imediatos.

Alguns fatores ambientais ou comportamentais podem agravar ou desencadear crises de dermatite atópica. Entre eles estão:

  • Suor excessivo;
  • Uso de roupas sintéticas ou de lã; 
  • Clima seco;
  • Banhos demorados e com água quente;
  • Uso frequente de sabonetes e buchas; e 
  • Além do estresse emocional. 

A relação com a alimentação ainda é pouco clara, embora existam associações em casos graves e de início precoce, especialmente com o leite de vaca.

Qual a cura? 

Por ser uma condição crônica e genética, não existe cura definitiva para a dermatite atópica. No entanto, é possível controlar os sintomas com tratamentos específicos. O uso diário de hidratantes é uma das principais estratégias, pois ajuda a restaurar a barreira protetora da pele.

O ressecamento cutâneo facilita crises, por isso, manter a pele bem hidratada é fundamental. Em alguns casos, o médico pode indicar medicamentos por via oral, como antialérgicos, que aliviam a coceira, especialmente durante a noite.

Quais os tratamentos? 

Além dos hidratantes, os tratamentos geralmente incluem o uso de pomadas ou cremes com corticoides, aplicados diretamente na pele. Esse tipo de medicamento reduz a inflamação, mas deve ser utilizado com cautela e orientação médica, especialmente em crianças. Outras opções incluem cremes à base de tacrolimo ou pimecrolimo, usados em áreas mais delicadas do corpo, como pálpebras e dobras.

Para casos mais severos, a fototerapia com luz ultravioleta é uma alternativa eficaz, embora nem sempre disponível. Quando há agravamento, como infecções secundárias, pode ser necessário o uso de antibióticos ou internação hospitalar.

Medicamentos imunossupressores para dermatite atópica também podem ser prescritos, especialmente nos quadros em que os tratamentos convencionais não apresentam resultado.

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