12 de maio: Dia Mundial de Conscientização da Fibromialgia

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Um dos maiores obstáculos enfrentados por quem tem fibromialgia é conseguir um diagnóstico correto - Foto: Envato Elements
Um dos maiores obstáculos enfrentados por quem tem fibromialgia é conseguir um diagnóstico correto

Por Joyce Canele

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Publicado em 12/05/2025, às 08h16

O Dia Mundial de Conscientização sobre a Fibromialgia é uma data importante para dar visibilidade, pois é uma condição que ainda está cercada de dúvidas! 

Você sabia que essa data foi criada pela Associação Nacional de Fibromialgia (NFA) em 1998? Desde então, o dia 12 de maio passou a ser um momento simbólico para pacientes, familiares, profissionais da saúde e organizações falarem sobre a realidade de quem convive com a fibromialgia. No Brasil a data foi reconhecida nacionalmente no dia 03 de novembro de 2021, LEI Nº 14.233.

O que é a fibromialgia?

A fibromialgia é uma condição neurossensorial complexa, caracterizada por uma dor persistente e difusa pelo corpo. Ela não está ligada a uma lesão específica, mas sim a uma alteração na forma como o cérebro processa os sinais de dor. Isso significa que, mesmo sem uma causa visível, o corpo sente como se algo estivesse errado o tempo todo.

Mais do que dor, a fibromialgia traz uma cartela de sintomas que afetam física e emocionalmente o paciente. Entre eles:

  • Exaustão intensa e prolongada;
  • distúrbios do sono (o sono não é profundo e não traz descanso);
  • sensibilidade exagerada ao toque, som, luz e odores;
  • dores de cabeça constantes ou enxaquecas;
  • síndrome do intestino e bexiga irritáveis;
  • névoa mental (dificuldade de concentração e memória);
  • formigamentos, dormência e sensação de queimação;
  • ansiedade, depressão e alterações no humor.

Além disso, muitas pessoas apresentam sintomas neurológicos, tontura, secura nos olhos e boca, zumbido no ouvido, sensação de rigidez, problemas de coordenação e até manifestações de síndrome de Raynaud (mãos e pés frios e pálidos).

Diagnóstico

Um dos maiores obstáculos enfrentados por quem tem fibromialgia é conseguir um diagnóstico correto. Isso acontece porque exames laboratoriais e de imagem normalmente não identificam a síndrome. Durante muito tempo, o diagnóstico era feito com base em 18 pontos sensíveis do corpo, exigindo que o paciente apresentasse dor em pelo menos 11 deles. Hoje, os critérios foram atualizados pelo Colégio Americano de Reumatologia (ACR). Agora, considera-se a dor generalizada associada a outros sintomas como fadiga, distúrbios cognitivos e problemas no sono, mesmo sem a necessidade de pressionar pontos dolorosos específicos.

Também foi criada uma Pontuação de Fibromialgia, que varia de 0 a 31, permitindo avaliar a intensidade dos sintomas e sua variação ao longo do tempo.

O que causa a fibromialgia?

Não existe uma única causa! Porém, alguns fatores genéticos, traumas físicos, infecções, estresse intenso e alterações no sistema nervoso central estão envolvidos. Há evidências de que o cérebro de quem tem fibromialgia processa estímulos normais como se fossem dolorosos, o que ajuda a explicar a natureza difusa e migratória das dores.

Existe tratamento?

Embora ainda não exista cura, há várias formas de controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida. O tratamento é multidisciplinar e pode incluir:

  • Medicamentos para dor e sono (como pregabalina, duloxetina e milnaciprano);
  • exercícios leves e regulares;
  • psicoterapia (especialmente terapia cognitivo-comportamental);
  • técnicas de relaxamento, como meditação e respiração profunda;
  • acupuntura, massagens e yoga;
  • alimentação equilibrada, descanso adequado e redução do estresse.

Cada pessoa responde de forma diferente às terapias para fibromialgia , por isso o tratamento deve ser individualizado e orientado por um profissional.

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