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Por Joyce Canele
redacao@viva.com.brSão Paulo, 21/09/2025 - Um levantamento científico sugere que a vida a dois pode estar mais ligada à saúde mental do que se imaginava. Isto é, casais tendem a compartilhar transtornos psiquiátricos.
A pesquisa, publicada recentemente na revista Nature Human Behavior, analisou dados de mais de 14,8 milhões de pessoas em três países: Taiwan, Dinamarca e Suécia.
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O estudo revelou que cônjuges apresentam uma probabilidade maior de dividir o mesmo transtorno psiquiátrico, investigando nove condições distintas:
Os resultados mostraram que, quando um parceiro possui algum diagnóstico, o outro tem mais chances de desenvolver a mesma ou outra condição psiquiátrica, independentemente da cultura ou da geração analisada.
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Entre as explicações levantadas pelos pesquisadores, três hipóteses se destacam;
A primeira é a afinidade baseada em experiências semelhantes, já que pessoas com sofrimento mental podem encontrar maior compreensão em quem vive desafios parecidos.
Outra possibilidade é a chamada convergência, quando ambientes compartilhados ao longo da vida tornam os indivíduos mais parecidos.
A terceira hipótese envolve o estigma social, que tende a reduzir as opções de relacionamento para pessoas diagnosticadas.
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Crianças com dois pais afetados pelo mesmo transtorno apresentam risco dobrado de desenvolver a condição em comparação àquelas com apenas um dos responsáveis diagnosticado.
Isso reforça a importância de considerar aspectos genéticos e ambientais ao pensar em saúde mental nas famílias. Apesar dos achados, os cientistas ressaltam que ainda é cedo para propor mudanças na forma como psiquiatras orientam seus pacientes.
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O trabalho, no entanto, abre caminho para reflexões sobre riscos hereditários de transtornos psiquiátricos e pode ajudar casais a tomar decisões mais conscientes sobre seu futuro e o dos filhos.
Segundo MSD Manuals, a combinação de tratamentos envolve medicação junto com psicoterapia e costuma ser mais eficaz do que usar apenas um método.
O uso de medicção apenas com orientação médica e receitas. Mas, o uso de antidepressivos, ansiolíticos e estabilizadores de humor ajudam a controlar depressão, ansiedade e transtorno bipolar.
Já, antipsicóticos são indicados para esquizofrenia e outros transtornos psicóticos. Terapias de estimulação cerebral, como eletroconvulsoterapia ou estimulação magnética, podem ser usadas quando necessário.
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Fazer psicoterapia é uma forma de ajudar nos sintomas, mas existem algumas variáveis:
Profissionais que tratam esses casos são psiquiatras, psicólogos, enfermeiros especializados e assistentes sociais (trabalham de forma complementar).
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Além de buscar apoio social e identificar sinais precoces de sintomas para intervenção rápida, uma das principais formas de combater os transtornos psiquiátricos inclui manter hábitos saudáveis, como sono adequado, alimentação equilibrada e atividade física.
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