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Por Joyce Canele
redacao@viva.com.brSão Paulo, 27/11/2025 - A relação entre peso e saúde continua sendo um tema central na medicina preventiva, especialmente diante do avanço da obesidade em todo o mundo. O Índice de Massa Corporal, conhecido como IMC, é a ferramenta mais utilizada para avaliar se o peso está dentro do adequado para cada pessoa.
Segundo a Biblioteca Virtual em Saúde, o cálculo é simples, basta dividir o peso, em quilos, pelo quadrado da altura, em metros.
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O valor final indica se o indivíduo está abaixo do peso, dentro da faixa considerada saudável, em sobrepeso ou em algum grau de obesidade.
O parâmetro é útil porque revela, de forma rápida, o risco aumentado para uma série de doenças. Valores acima do recomendado estão associados a maior probabilidade de:
Quando há excesso de gordura corporal, o organismo passa a exigir mais esforço para funções básicas, o que favorece o desenvolvimento dessas condições.
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Por outro lado, compreender o IMC também auxilia quem busca manter ou recuperar o peso adequado. A classificação atual considera abaixo do peso índices menores que 18,5.
Entre 18,5 e 24,9 está o intervalo considerado ideal para adultos. Valores entre 25 e 29,9 indicam sobrepeso e números iguais ou superiores a 30 já caracterizam obesidade.
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Embora o cálculo seja padronizado, o impacto desses valores pode variar conforme idade e condições de saúde.
O excesso de peso costuma se formar quando o consumo de energia é superior ao gasto diário. A alimentação rica em calorias, combinada com pouca atividade física, leva ao acúmulo de gordura e ao aumento progressivo do IMC.
Por isso, o tratamento inicial sempre passa por mudanças de hábitos. Ajustes na dieta e a prática regular de exercícios são estratégias que reduzem o peso de maneira gradual e ajudam a manter o resultado a longo prazo.
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O uso de medicamentos para emagrecimento tem impacto modesto e temporário. Além disso, muitos atuam diretamente no sistema nervoso e podem desencadear efeitos indesejados como insônia, aumento da pressão, boca seca e prisão de ventre.
Outro problema é o risco de dependência, que exige acompanhamento rigoroso do médico e indicação restrita a casos específicos.
Produtos vendidos sem autorização, especialmente pela internet ou em academias, podem representar ameaça séria à saúde.
Uma nova análise científica, baseada em dados de mais de 22 mil voluntários do Reino Unido, publicada na ScienceDirect trouxe informações relevantes sobre a relação entre IMC e risco cardiovascular em pessoas com diabetes tipo 2.
Os pesquisadores utilizaram registros da base UK Biobank, que acompanhou os participantes por quase 13 anos, permitindo observar como medidas corporais influenciaram a mortalidade.
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Durante o período do estudo, 891 pessoas morreram por causas cardiovasculares. A partir desses resultados, a equipe comparou:
Sempre ajustando os dados por fatores como idade, sexo, tabagismo, exercício e consumo de álcool. As diferenças entre os grupos permaneceram claras mesmo após esses ajustes.
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Entre indivíduos com até 65 anos, o risco de morrer por doenças cardiovasculares aumentou quando o IMC estava na faixa de sobrepeso.
Já entre pessoas acima dessa idade, o comportamento foi oposto. Para esse público, índices de IMC entre 26 e 28 demonstraram associação com maior proteção contra eventos como infarto, acidente vascular cerebral e doença renal crônica.
Os cientistas estimam que o IMC ideal para pessoas com diabetes tipo 2 acima dos 65 anos seja 27.
Para adultos mais jovens, o ponto considerado mais seguro permanece em torno de 24. A explicação pode estar na preservação de massa óssea e na existência de uma reserva metabólica maior entre os mais velhos, fatores que podem ajudar o corpo a enfrentar doenças ou situações de fragilidade.
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Outro ponto reforçado pela análise, além do IMC, é a importância da circunferência da cintura. Independentemente da idade, medidas elevadas aumentaram o risco cardiovascular. Isso confirma que a gordura acumulada no abdômen é especialmente perigosa e deve ser acompanhada de perto.
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