Falta de água tratada e esgoto levou milhares de idosos à internação em 2024

Foto: Envato Elements

Os dados fazem parte de um levantamento do Instituto Trata Brasil (ITB) - Foto: Envato Elements
Os dados fazem parte de um levantamento do Instituto Trata Brasil (ITB)

Por Joyce Canele

redacao@viva.com.br
Publicado em 21/08/2025, às 17h04

São paulo, 21/08/2025 - A falta de saneamento básico segue sendo um problema grave de saúde pública no Brasil, especialmente entre os mais vulneráveis.

Em 2024, mais de 80 mil pessoas com mais de 60 anos precisaram de internação hospitalar por doenças associadas à ausência de água tratada e esgoto adequado.

Leia também: Pará e Aegea buscam acelerar operações de saneamento de Belém para a COP 30

Os dados fazem parte de um levantamento do Instituto Trata Brasil (ITB), elaborado a partir do sistema DATASUS, que mostrou um total de cerca de 344 mil internações por Doenças Relacionadas ao Saneamento Ambiental Inadequado (DRSAI) no período.

Os idosos responderam por quase um quarto desses casos (23,5%). O estudo também revelou um recorte preocupante sobre mortalidade: das 11.554 mortes registradas, 8.830 foram nessa faixa etária, ou seja, 76,4% do total.

Leia também: Marco do saneamento faz 5 anos e universalização segue como desafio

Falta de saneamento básico

Segundo os especialistas envolvidos na análise, a ausência de redes de água potável e de sistemas de coleta e tratamento de esgoto cria um ambiente propício para a disseminação de enfermidades.

Crianças e idosos, por terem imunidade mais vulnerável, acabam sendo os mais atingidos.

A pesquisa ressalta ainda que, caso o país alcançasse a universalização do saneamento, grande parte dessas hospitalizações e óbitos poderia ser evitada, garantindo mais qualidade de vida à população idosa.

Leia também: Cidades da Amazônia têm desenvolvimento sustentável inferior do que paulistas

Esgoto
O estudo evidencia que o atraso no setor vai muito além de uma questão de infraestrutura e apenas falta de saneamento básico / Foto: Envato Elements

Ranking do Saneamento 2025

O levantamento também dialoga com o Ranking do Saneamento 2025, produzido pelo ITB em parceria com a consultoria GO Associados.

O documento mostra que 16,9% dos brasileiros ainda vivem sem acesso à água potável e 44,8% não têm coleta de esgoto.

Leia também: Governo de São Paulo anuncia R$ 1 bilhão para ampliar tarifa social de saneamento

Além dos riscos à saúde, a carência dessa infraestrutura impacta diretamente a economia, reduzindo a produtividade, desvalorizando imóveis, comprometendo o turismo e dificultando avanços sociais.

Com números que reforçam a dimensão da desigualdade no acesso a serviços básicos, como de água ou esgoto, o estudo evidencia que o atraso no setor vai muito além de uma questão de infraestrutura e apenas falta de saneamento básico, é também um desafio de saúde pública, qualidade de vida e desenvolvimento sustentável.

Comentários

Política de comentários

Este espaço visa ampliar o debate sobre o assunto abordado na notícia, democrática e respeitosamente. Não são aceitos comentários anônimos nem que firam leis e princípios éticos e morais ou que promovam atividades ilícitas ou criminosas. Assim, comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, que usam palavras de baixo calão, incitam a violência, exprimam discurso de ódio ou contenham links são sumariamente deletados.

Últimas Notícias