Nem todo ano nem 1 vez por mês: veja frequência ideal para fazer colonoscopia

A colonoscopia é um exame fundamental para a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer colorretal, o terceiro tipo de câncer mais comum no Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Apesar de sua importância, muitas pessoas têm dúvidas sobre quando iniciar e com que frequência repetir o procedimento.

Especialistas do Instituto Oncoguia alertam que nem sempre é necessário realizá-lo anualmente, mas também não se deve negligenciar sua periodicidade adequada.

Quando iniciar o acompanhamento?

Para indivíduos com risco médio, ou seja, sem histórico familiar de câncer colorretal ou doenças intestinais inflamatórias, a recomendação é iniciar o rastreamento aos 45 anos. Essa orientação é respaldada por instituições como a Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) e o A.C.Camargo Cancer Center. Anteriormente, o início era sugerido aos 50 anos, mas estudos recentes indicam que começar mais cedo pode aumentar as chances de detecção precoce.

Para pessoas com histórico familiar de câncer colorretal, especialmente em parentes de primeiro grau diagnosticados antes dos 60 anos, o rastreamento deve começar aos 40 anos ou 10 anos antes da idade em que o familiar foi diagnosticado.

Qual é a frequência ideal?

Em casos de colonoscopia com resultados normais, a repetição do exame é geralmente recomendada a cada 10 anos. No entanto, essa periodicidade pode variar conforme os achados do exame anterior:

• Presença de pólipos de baixo risco: repetir a colonoscopia em 5 a 10 anos.
• Pólipos de alto risco ou múltiplos pólipos: repetir em 3 anos.
• Pólipos grandes removidos por fragmentação: repetir em 3 a 6 meses, seguido de nova avaliação em 1 ano.

Para pacientes que já tiveram câncer colorretal, a colonoscopia deve ser realizada um ano após o tratamento cirúrgico, com a frequência subsequente determinada pelos achados do exame.

Por que não fazer colonoscopia com mais frequência?

Embora a colonoscopia seja segura, é um procedimento invasivo que requer preparo intestinal rigoroso e sedação. Realizá-la com frequência desnecessária pode expor o paciente a riscos como perfuração intestinal e sangramentos, além de aumentar os custos para o sistema de saúde. Estudos indicam que, após uma colonoscopia com resultado normal, o risco de desenvolver câncer colorretal nos 10 anos seguintes é baixo.

Alternativas à colonoscopia

Para pessoas que não podem ou não desejam realizar a colonoscopia, existem exames alternativos, como o teste de sangue oculto nas fezes e o teste imunoquímico fecal, recomendados a cada dois anos. Embora menos invasivos, esses testes têm menor sensibilidade e podem não detectar lesões precocemente.

A colonoscopia é uma ferramenta essencial na prevenção do câncer colorretal, mas sua realização deve seguir critérios específicos de idade, histórico familiar e achados anteriores. Consultar um médico é fundamental para determinar o momento adequado para iniciar e repetir o exame, garantindo um equilíbrio entre eficácia na prevenção e segurança para o paciente.