Divulgação/Ministério da Saúde
Por Joyce Canele
redacao@viva.com.brSão Paulo, 07/09/2025 - O Ministério da Saúde anunciou no final de agosto, a entrada dos primeiros hospitais privados e filantrópicos no programa Agora Tem Especialistas, iniciativa que busca reduzir o tempo de espera por consultas, exames e cirurgias no Sistema Único de Saúde (SUS).
Segundo o Ministério da Saúde, as instituições participantes, localizadas no Rio de Janeiro, Ceará e Pernambuco, vão receber créditos financeiros para abatimento de dívidas federais em troca da prestação de serviços à rede pública.
De acordo com a pasta, a medida permite converter até R$ 1,3 bilhão por ano em dívidas em atendimentos especializados para a população.
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Neste primeiro momento, integram a rede credenciada a Maternidade São Francisco (RJ), a Santa Casa de Misericórdia do Recife (PE) e a Santa Casa de Misericórdia de Sobral (CE).
O processo de credenciamento avalia se os serviços oferecidos pelos hospitais atendem às necessidades regionais e se há capacidade técnica e estrutural para absorver a demanda.
Uma vez aprovados, os contratos são firmados e os atendimentos passam a ser regulados pelas Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde, que mantêm o controle das filas de espera do SUS.
Atualmente, mais de 130 hospitais já manifestaram interesse em participar do programa e estão em análise pelo Ministério.
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Além da adesão das primeiras unidades, o ministério anunciou R$ 142,3 milhões em investimentos para modernizar o tratamento oncológico no país.
O recurso será destinado à compra de 16 equipamentos, entre aceleradores lineares e tomógrafos, que vão beneficiar nove estados, com destaque para regiões historicamente carentes, como Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
A aquisição será feita por meio do Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (PRONON), que voltou a captar doações com incentivo fiscal após ter sido interrompido no governo anterior.
Até 2026, a meta é entregar 121 aceleradores lineares, ampliando o acesso à radioterapia para 84,7 mil novos pacientes por ano.
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Outro destaque é a expansão do Super Centro Brasil de Diagnóstico do Câncer, em parceria com o A.C. Camargo, que terá capacidade para realizar até 400 mil exames de anatomia patológica por ano, mais da metade da demanda nacional de biópsias oncológicas.
O programa também engloba mutirões de cirurgias, ampliação de turnos em hospitais públicos, uso de carretas de saúde em áreas de difícil acesso, além da distribuição de 3 mil kits de telessaúde para Unidades Básicas de Saúde em todo o país.
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Com essa combinação de medidas, o governo pretende tornar o acesso à saúde especializada mais ágil, eficiente e equitativo, mobilizando tanto a rede pública quanto a privada em benefício dos pacientes do SUS, por meio do Agora tem Especialistas.
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