O que é trombose? Saiba sintomas, causas e tratamentos
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18/12/2025 | 12h23 ● Atualizado | 12h24
São Paulo, 18/12/2025 - Com a chegada do fim de ano, muitas pessoas se preparam para enfrentar horas de estrada ou voos longos. No entanto, o entusiasmo das férias não deve ofuscar um risco silencioso: a formação de coágulos sanguíneos, popularmente conhecida como trombose. Especialistas alertam que permanecer muito tempo sentado, somado ao calor típico da estação, cria o cenário ideal para o problema.
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O médico angiologista e cirurgião vascular, Joé Sestello explica que a falta de movimento faz com que a circulação sanguínea diminua, levando o sangue a se acumular na parte inferior do corpo. Segundo o médico, "a alta temperatura favorece a dilatação dos vasos e a retenção de líquido, o que torna a circulação mais lenta. Somado à imobilidade, o ambiente para a trombose está criado".
O que é trombose?
A trombose acontece por conta da formação de um coágulo sanguíneo em uma ou mais veias grandes das pernas e das coxas. O coágulo pode bloquear o fluxo de sangue e causa inchaço e dor na região. O problema maior é quando ele se desprende e se movimenta na corrente sanguínea, em um processo chamado de embolia. Uma embolia pode ficar presa no cérebro, nos pulmões, no coração ou em outra área, levando a lesões graves.
Quem corre mais risco?
Embora a doença possa afetar qualquer pessoa, certos grupos precisam de atenção redobrada. O perfil de maior risco inclui pessoas com histórico familiar de trombose, varizes, fumantes, obesos, gestantes e indivíduos que passaram por cirurgias recentes ou fazem uso de anticoncepcionais.
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Estatisticamente, a trombose venosa acomete mais homens do que mulheres, especialmente a partir dos 50 anos. Contudo, a incidência em mulheres jovens tem aumentado em razão de fatores hormonais, como o uso de anticoncepcionais combinados, a reposição hormonal na menopausa e as alterações naturais da gestação e do puerpério.
Durante a gravidez, a compressão das veias pélvicas pelo útero dificulta o retorno do sangue. A diretora da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV-SP), Márcia Fayad Marcondes de Abreu, ressalta que o risco é ainda maior no pós-parto, devido à maior viscosidade do sangue e lesões vasculares do parto. Ela recomenda que pacientes jovens com histórico pessoal ou familiar consultem um ginecologista antes de iniciar o uso de hormônios.
Sinais de alerta
É crucial estar atento aos sintomas, que incluem dor persistente na panturrilha, inchaço, vermelhidão ou sensação de calor no local. Infelizmente, entre pacientes mais jovens, esses sinais muitas vezes são pouco valorizados, levando a uma busca tardia por atendimento médico. Qualquer desconforto fora do comum após uma viagem deve ser avaliado imediatamente.
Globalmente, uma em cada quatro mortes está associada a alterações na coagulação sanguínea. O estilo de vida moderno, marcado por longas jornadas de trabalho sentado, sedentarismo e obesidade, tem contribuído para o aumento de casos em jovens. Para combater essa estatística, a Abreu orienta a adoção de hábitos saudáveis, prática regular de exercícios e evitar o sedentarismo prolongado
Prevenção
A boa notícia é que a prevenção não exige mudanças drásticas nos planos de viagem. O segredo está na movimentação e na hidratação. Sestello recomenda levantar-se para caminhar a cada uma ou duas horas, além de alongar as pernas e movimentar os pés.
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A ingestão de água é fundamental, pois melhora a fluidez do sangue. "Beber água regularmente é uma ação que protege. Na prática, funciona melhor do que as pessoas imaginam", afirma o especialista. O uso de meias de compressão também pode ser indicado, mas deve ser prescrito por um profissional, visto que cada paciente possui necessidades específicas.
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