Obstrução Intestinal: entenda a condição que levou Bolsonaro a cirurgia de 12 horas

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A obstrução intestinal é uma condição médica séria que impede a passagem pelo intestino - Foto: Envato Elements/chormail
A obstrução intestinal é uma condição médica séria que impede a passagem pelo intestino

Por Beatriz Duranzi

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Publicado em 14/04/2025, às 12h18

A obstrução intestinal é uma condição médica séria que impede a passagem normal de alimentos, líquidos e gases pelo intestino.

Ela pode ser causada por diversos fatores, incluindo aderências (tecido cicatricial), hérnias, tumores e inflamações. Em casos graves, pode ser necessária intervenção cirúrgica para remover o bloqueio e restaurar a função intestinal.​

Recentemente, o ex-presidente Jair Bolsonaro foi submetido a uma cirurgia de 12 horas para tratar uma obstrução intestinal causada por aderências resultantes de uma facada sofrida em 2018.

O procedimento, realizado no Hospital DF Star em Brasília, envolveu a liberação das aderências e a reconstrução da parede abdominal. Segundo os médicos, a cirurgia foi bem-sucedida, e Bolsonaro está se recuperando na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

O que é a obstrução intestinal?

A obstrução intestinal é uma emergência médica que requer diagnóstico e tratamento rápidos para evitar complicações graves, como necrose intestinal e infecções. O tratamento pode variar desde medidas conservadoras, como jejum e hidratação intravenosa, até procedimentos cirúrgicos, dependendo da gravidade e da causa da obstrução.

É fundamental que qualquer pessoa que apresente sintomas de obstrução intestinal procure atendimento médico imediato para avaliação e tratamento adequados.

Quando procurar atendimento urgente?

Procure um serviço de emergência se houver:

  • Dor abdominal súbita e intensa;
  • Inchaço abdominal;
  • Náuseas e vômitos persistentes (especialmente com odor fecal);
  • Ausência de evacuação e gases por mais de 24h;
  • Febre e sinais de desidratação.

Tratamento da obstrução intestinal: o que é feito e quando é necessário operar

O tratamento da obstrução intestinal depende da causa, localização, gravidade e do estado clínico do paciente. Ele pode variar desde medidas conservadoras até cirurgias complexas.

Tratamento clínico (conservador)

É indicado em casos de obstrução parcial, sem sinais de perfuração, necrose ou infecção generalizada (sepse).

As abordagens incluem:

  • Jejum absoluto: o paciente é mantido sem comer ou beber para evitar o agravamento da obstrução.
  • Hidratação intravenosa: reposição de líquidos e eletrólitos para manter a função dos órgãos.
  • Sonda nasogástrica: tubo inserido pelo nariz até o estômago para aliviar a pressão, remover o conteúdo acumulado e diminuir o vômito.
  • Antibióticos: se houver suspeita de infecção associada (como peritonite).
  • Monitoramento constante: com exames de imagem (raio-X, tomografia) e avaliações clínicas frequentes.

Tratamento cirúrgico

A cirurgia é necessária quando:

  • Há sinais de obstrução total, sem melhora após tratamento clínico;
  • Existe estrangulamento intestinal (quando o fluxo de sangue ao intestino é interrompido);
  • Há suspeita de necrose (morte do tecido intestinal);
  • A obstrução é causada por tumores, aderências graves, hérnias encarceradas, torções intestinais ou doenças inflamatórias complicadas.

Os tipos de cirurgia incluem:

  • Liberação de aderências (adesiólise): onde o intestino fica preso por tecidos cicatriciais.
  • Ressecção intestinal: remoção da parte comprometida do intestino.
  • Desobstrução mecânica: retirada de corpos estranhos, tumores ou cálculos biliares migrados.
  • Colostomia ou ileostomia (em casos extremos): criação de uma abertura temporária ou permanente na parede abdominal para eliminação de fezes.

Prognóstico e recuperação

O tempo de internação para casos de obstrução intestinal varia conforme a gravidade da condição, mas geralmente dura entre 5 e 15 dias. A recuperação completa pode levar semanas ou até meses, especialmente nos casos em que são necessárias cirurgias mais extensas e complexas.

A alimentação e a prática de atividades físicas são retomadas de forma gradual, conforme orientação médica e resposta do organismo do paciente. Já aqueles com histórico de obstruções recorrentes, como as causadas por aderências, devem manter um acompanhamento médico mais rigoroso para prevenir novos episódios.

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