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Por Beatriz Duranzi
redacao@viva.com.brSão Paulo, 08/08/2025 - Neste dia 8 de agosto, o Brasil celebra o Dia Nacional de Prevenção e Controle do Colesterol, uma data que traz à tona um dos maiores desafios silenciosos para a saúde dos brasileiros.
De acordo com dados do IBGE e do Ministério da Saúde, mais de 40% da população tem colesterol alto, e metade dessas pessoas sequer sabe disso.
A ausência de sintomas torna o colesterol elevado um verdadeiro "assassino silencioso", responsável por danos graves ao coração, às artérias e ao cérebro.
Segundo o Departamento de Informática do SUS (DATASUS) e a Organização Mundial da Saúde (OMS), a condição está associada a mais de 300 mil infartos e cerca de 100 mil AVCs isquêmicos todos os anos no país.
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O colesterol, especialmente o tipo LDL (popularmente chamado de “colesterol ruim”), pode se acumular nas paredes das artérias ao longo do tempo, formando placas de gordura que dificultam ou até bloqueiam o fluxo sanguíneo, um processo conhecido como aterosclerose.
“Essas placas endurecem e estreitam os vasos sanguíneos, o que aumenta o risco de infarto e AVC”, explica o cirurgião vascular Dr. Marcelo José de Almeida, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular – Regional São Paulo (SBACV-SP).
Ele alerta que, além do risco mecânico causado pelo acúmulo de placas, o LDL elevado também provoca inflamações nas artérias, principalmente quando há outros fatores de risco como hipertensão.
“Diversos estudos mostram que a redução do LDL com uso de medicamentos como estatinas diminui significativamente os riscos de doenças cardiovasculares”, completa.
Apesar de qualquer pessoa poder ter colesterol alto, alguns grupos merecem atenção especial:
Há também uma condição genética chamada hipercolesterolemia familiar, em que o colesterol alto aparece desde a infância. Nesse caso, os exames de sangue devem começar ainda cedo, por volta dos 10 anos de idade.
A única forma de identificar o problema é com exames laboratoriais. O mais comum é o perfil lipídico, que avalia:
Em casos mais avançados ou com fatores de risco associados, o médico pode solicitar exames como ultrassom com Doppler, angiotomografia de coronárias ou índice tornozelo-braço.
A boa notícia é que o colesterol pode ser controlado, e, em alguns casos, as placas de gordura nas artérias podem até regredir.
Segundo o médico, a prevenção começa com mudanças no estilo de vida:
A dieta mediterrânea, baseada em alimentos naturais, peixes, azeite de oliva, legumes e frutas, é considerada uma das mais eficazes para a saúde cardiovascular.
“A escolha de uma atividade física prazerosa também faz toda a diferença. Movimentar o corpo ajuda a viver mais e melhor”, destaca o especialista.
Embora hábitos saudáveis sejam fundamentais, em muitos casos o uso de medicamentos, como as estatinas, é necessário para manter o colesterol sob controle.
Estudos demonstraram que essas medicações não só estabilizam as placas arteriais como também podem reduzir seu tamanho.
“Colesterol alto não dá sinais, mas pode deixar marcas graves na sua vida. Previna-se com exames simples, bons hábitos e acompanhamento médico. Sua saúde vascular agradece”, conclui Almeida.
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