Foto: Envato Elements
Por Beatriz Duranzi
[email protected]Ao longo da história, diversas descobertas médicas ocorreram de maneira inesperada, resultando em avanços significativos na saúde. A seguir, confira algumas dessas descobertas acidentais que mudaram os rumos da medicina.
Essas informações podem ser encontradas nos livros Descobertas Acidentais em Ciências, de Royston M. Roberts e As Dez Maiores Descobertas da Medicina, de Meyer Firedman e Gerald W. Friedland.
Alexander Fleming, microbiologista escocês, observou que uma cultura de bactérias estafilococos foi contaminada por um fungo do gênero Penicillium, que inibia o crescimento bacteriano. Essa observação levou à descoberta da penicilina, o primeiro antibiótico eficaz, que revolucionou o tratamento de infecções bacterianas.
O físico alemão Wilhelm Conrad Röntgen, ao experimentar tubos de raios catódicos, notou que uma tela fluorescente brilhava mesmo quando o tubo estava envolto em papel preto. Ele percebeu que uma nova forma de radiação, que chamou de "raios X", podia atravessar materiais e revelar estruturas internas, como ossos.
Os cientistas alemães Joseph von Mering e Oscar Minkowski removeram o pâncreas de cães para estudar a digestão e notaram que os animais desenvolviam sintomas semelhantes ao diabetes. Essa descoberta levou à identificação da insulina como hormônio regulador da glicose. Posteriormente, em 1921, Frederick Banting e Charles Best, na Universidade de Toronto, Canadá, conseguiram isolar a insulina, permitindo seu uso terapêutico em humanos.
Felix Hoffmann, químico da Bayer, buscava um analgésico menos irritante para o estômago de seu pai. Ele sintetizou o ácido acetilsalicílico a partir da salicina, presente na casca do salgueiro. O composto mostrou-se eficaz contra dores e febres, sendo comercializado como Aspirina.
O engenheiro americano Wilson Greatbatch, ao construir um dispositivo para gravar batimentos cardíacos, utilizou acidentalmente um resistor errado, resultando em um circuito que emitia pulsos elétricos regulares. Percebendo o potencial para estimular o coração, desenvolveu o primeiro marca-passo implantável.
Originalmente desenvolvido na década de 1960 como um vasodilatador para tratar hipertensão severa, o minoxidil apresentou um efeito colateral curioso: pacientes relataram crescimento excessivo de pelos. Essa observação levou à formulação tópica do medicamento para combater a calvície, sendo aprovado pela FDA em 1988 para esse fim.
O oftalmologista Alan Scott utilizou a toxina botulínica para tratar estrabismo, observando que ela paralisava músculos específicos. Nos anos 1990, médicos canadenses notaram que a substância também suavizava rugas faciais, levando ao uso estético do Botox.
Pesquisadores da Pfizer testavam o citrato de sildenafila para tratar angina, mas os resultados foram modestos. No entanto, voluntários relataram efeitos colaterais inesperados: ereções melhoradas. Isso levou ao desenvolvimento do Viagra, aprovado para disfunção erétil em 1998.
A semaglutida, princípio ativo do Ozempic, foi inicialmente desenvolvida para tratar diabetes tipo 2, atuando na regulação do açúcar no sangue. Durante os estudos clínicos, observou-se que pacientes também apresentavam perda de peso significativa, devido à supressão do apetite, como comparado por essa matéria realizada por especialistas da Mayo Clinic. Isso levou ao desenvolvimento do Wegovy, versão aprovada para tratamento da obesidade.
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