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São Paulo, 11/11/2025 - Se os mais jovens recorrem a buscas na internet quando têm alguma questão de saúde, os mais velhos vão direto procurar um médico. Mais do que uma observação, esse comportamento foi comprovado por uma pesquisa da plataforma de saúde Doctoralia quanto à percepção de 3.400 brasileiros sobre o uso da internet e da inteligência artificial no campo da saúde.
A maioria das pessoas idosas, 56%, respondeu que marca consulta médica quando tem uma dúvida sobre saúde. Na faixa entre 44 e 59 anos, 41% também optam primeiramente pela consulta.
Entretanto, para mais da metade dos respondentes entre 18 e 27 anos, a primeira ação é a busca na internet. O uso de Inteligência Artificial como primeira opção ainda é menor, mas é a escolha inicial para 20% das pessoas entre 28 e 35 anos.
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Mesmo com a desconfiança dos mais velhos, de modo geral a IA é vista como importante para a saúde, com 22% considerando uma "Ferramenta essencial para me informar e tomar decisões", e 37% tratando-a como útil para pesquisa inicial.
Porém, na faixa de 18 a 27 anos, 10% afirmaram já terem mudado hábitos de vida baseados em sugestões de IA; 10% evitaram marcar consulta após serem "tranquilizados" pela IA; e 8% já usaram remédios ou tratamentos sugeridos pela IA ou sites.
Há também um trabalho em conjunto com a opinião médica, já que 13% dos respondentes marcaram consulta com especialista após consultar a IA.
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Para a head de Patient Care da Doctoralia, Flávia Soccol, a pesquisa comprova que os médicos seguem muito respeitados no Brasil, mesmo com o avanço tecnológico.
"Vivemos um momento em que a inteligência artificial acelera a transformação de vários setores. Mas a pesquisa deixa claro: em saúde, credibilidade continua sendo o ativo mais valioso. A tecnologia pode informar, orientar e apoiar, mas o que de fato traz segurança para o paciente é a palavra do especialista. Essa combinação (humano + tecnologia) será a fronteira decisiva para a próxima década".
Quanto a fonte de informação em que mais confiam, 72% dos entrevistados, independentemente da idade, responderam "a indicação de um médico de confiança". Ao se deparar com respostas conflitantes de um médico de uma IA, metade dos respondentes seguiria sempre o médico. Nesta mesma pergunta, os 60+ são os que mais buscam uma terceira opinião (18%).
Para verificar se uma fonte é confiável, o mais comum é checar múltiplas fontes e referências médicas (39%). Um destaque do grupo 60+ está na relação com o médico, na qual 43% só aceitam informações de um médico conhecido.
Ao se procurar novos médicos online, esta faixa etária novamente demonstrou considerar a relação profissional; como sendo o grupo que mais valoriza a indicação de outros médicos ou conhecidos (36%) e a formação acadêmica (22%).
*Estagiário sob supervisão de Luana Pavani
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