Sociedades médicas defendem que SUS ofereça medicamentos contra obesidade

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O objetivo principal é mobilizar a sociedade e sensibilizar as autoridades públicas

Por Beatriz Duranzi

redacao@viva.com.br
Publicado em 08/09/2025, às 15h54 - Atualizado às 17h09

São Paulo, 08/09/2025 - A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) lançou na última semana iniciativa nacional que visa pressionar pela incorporação de medicamentos destinados ao tratamento da obesidade no Sistema Único de Saúde (SUS).

A campanha, intitulada "Obesidade – Tratamento Adequado Não se Manipula", é apoiada por diversas entidades médicas, como a Abeso, SBD, SBC e Febrasgo.

O objetivo principal é mobilizar a sociedade e sensibilizar as autoridades públicas para garantir que pessoas com obesidade tenham acesso a tratamento medicamentoso adequado na rede pública, algo atualmente ausente no País.

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Crônica e multifatorial

A SBEM enfatiza que, embora a obesidade seja reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma doença crônica multifatorial, o SUS ainda não oferece nenhum medicamento específico para seu combate, ao contrário das condições como hipertensão, diabetes, asma ou dislipidemia, que têm tratamento gratuito garantido.

Nos últimos cinco anos, quatro medicamentos para perda de peso – orlistate, sibutramina, liraglutida e semaglutida – foram avaliados pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), mas tiveram suas solicitações recusadas, como reforça o documento.

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Dados da obesidade no cenário brasileiro

  • Segundo o Atlas Mundial da Obesidade 2025 da WOF, 31% dos adultos no Brasil vivem com obesidade, e 68% com sobrepeso, ou seja, quase sete em cada dez adultos enfrentam excesso de peso.
  • Mais de 1 bilhão de pessoas vivem com obesidade atualmente, com projeções do Atlas indicando que este número poderá ultrapassar 1,9 bilhão até 2035, representando quase 40% da população adulta mundial.
  • Ainda segundo o Atlas, mais de 60 mil mortes prematuras por ano no Brasil são atribuídas ao sobrepeso e à obesidade, devido à associação com doenças cardíacas, diabetes tipo 2 e AVC.
  • Outra estimativa, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), aponta que entre 2020 e 2030 serão gastos R$ 4,2 bilhões no SUS mediante a continuidade de crescimento da prevalência de excesso de peso.

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