Obesidade mórbida infantil: 4 hábitos que ajudam a evitar a doença

O Dia da Conscientização Contra a Obesidade Mórbida Infantil, celebrado nesta terça-feira (3), visa alertar a sociedade sobre os riscos e impactos da obesidade infantil, que é considerada uma das maiores crises de saúde pública pediátrica do século XXI.

Dados do Ministério da Saúde revelam que, em 2019, aproximadamente 3,1 milhões de crianças brasileiras com menos de 10 anos eram obesas, representando 13,2% das crianças entre 5 e 9 anos atendidas pelo SUS. Além disso, 28% dessas crianças apresentavam excesso de peso, indicando um sinal de alerta para o risco de obesidade futura.

O Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani) de 2019 apontou que 7% das crianças brasileiras menores de cinco anos estavam com excesso de peso e 3% eram obesas.

Projeções futuras: um cenário preocupante

Pesquisas apresentadas no Congresso Internacional sobre Obesidade (ICO 2024), divulgados pela FioCruz, indicam que, se as tendências atuais continuarem, a obesidade infantojuvenil no Brasil aumentará significativamente nos próximos 20 anos. As projeções são:

• Meninos de 5 a 9 anos: aumento de 22,1% para 28,6%
• Meninas de 5 a 9 anos: aumento de 13,6% para 18,5%
• Meninos de 10 a 14 anos: aumento de 7,9% para 17,6%
• Meninas de 10 a 14 anos: aumento de 7,9% para 11,6%
• Meninos de 15 a 19 anos: aumento de 8,6% para 12,4%
• Meninas de 15 a 19 anos: aumento de 7,6% para 11,0%

Esses dados ressaltam a necessidade urgente de políticas públicas eficazes para prevenir e tratar a obesidade infantil.

Causas e consequências da obesidade infantil

A obesidade infantil é uma condição multifatorial, influenciada por aspectos genéticos, comportamentais e ambientais. Fatores como alimentação inadequada, sedentarismo e exposição precoce a alimentos ultraprocessados contribuem significativamente para o aumento dos casos.

As consequências da obesidade infantil são graves e incluem:

• Doenças cardiovasculares
• Diabetes tipo 2
• Hipertensão
• Problemas respiratórios
• Transtornos psicológicos, como baixa autoestima e isolamento social

Iniciativas e estratégias de prevenção

O Ministério da Saúde lançou a campanha “Vamos prevenir a obesidade infantil: 1,2,3 e já!”, com investimento de R$ 90 milhões para fortalecer o cuidado e a nutrição das crianças brasileiras. Além disso, oferece o curso "Obesidade infantil: uma visão global da prevenção e controle na Atenção Primária" para capacitar profissionais de saúde.

Organizações como o Instituto Movere também desempenham um papel crucial, oferecendo programas gratuitos de nutrição, psicologia e exercícios físicos para crianças e adolescentes de famílias de baixa renda.

4 recomendações para prevenir a obesidade

1. Alimentação saudável: incentivar o consumo de alimentos naturais e evitar ultraprocessados.
2. Atividade física: estimular pelo menos 60 minutos diários de atividades físicas moderadas a intensas para crianças e adolescentes.
3. Ambiente familiar: promover refeições em família, sem distrações como televisão ou dispositivos eletrônicos.
4. Educação nutricional: ensinar desde cedo sobre a importância de escolhas alimentares saudáveis.

A obesidade infantil é um desafio crescente que requer ação imediata de toda a sociedade. Com informação, prevenção e políticas públicas eficazes, é possível reverter essa tendência e garantir um futuro mais saudável para nossas crianças.