Foto: Envato Elements
Por Beatriz Duranzi
redacao@viva.com.brSão Paulo, 02/11/2025 - Você sabia que o tipo sanguíneo mais raro do mundo é chamado de "sangue dourado"? De acordo com um artigo publicado no International Journal of Hematology-Oncology and Stem Cell Research, apenas 43 casos foram registrados em toda a literatura médica.
Segundo nota da rede Einstein, para entender o que torna esse tipo tão especial, é preciso lembrar como o sangue é classificado. Ele é dividido em tipos A, B, AB e O, conforme os antígenos (proteínas) que revestem os glóbulos vermelhos, as células responsáveis por transportar oxigênio.
Além disso, existe o "fator Rh", também chamado de antígeno D, que indica se o sangue é positivo (+) ou negativo (-).
No caso do "Rh nulo", há uma alteração genética que elimina completamente todos os antígenos do sistema Rh nos glóbulos vermelhos. Isso significa que essas células não possuem nenhuma das proteínas que definem o fator Rh, algo extremamente raro na biologia humana.
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Pessoas com sangue Rh nulo têm um papel vital em situações médicas de emergência, já que podem doar sangue para qualquer outro tipo do sistema Rh. Por isso, o apelido “sangue dourado” não é apenas simbólico, ele reflete o seu valor médico inestimável.
Mas há um grande desafio: quem tem Rh nulo só pode receber sangue de outra pessoa com o mesmo tipo. Como existem pouquíssimos doadores no mundo, uma simples transfusão pode se tornar um risco de vida.
Segundo o órgão Genetic and Rare Diseases Information Center, ligado ao governo dos Estados Unidos, os glóbulos vermelhos dessas pessoas são mais frágeis e têm coloração levemente mais clara.
Em alguns casos, podem surgir anemia leve, icterícia e sintomas como taquicardia e respiração acelerada.
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A condição que causa o sangue Rh nulo é autossômica recessiva, o que significa que a criança precisa herdar duas cópias do gene alterado, uma de cada genitor.
Se pai e mãe forem portadores da mutação, existe 25% de chance de o bebê nascer com o sangue dourado e 50% de chance de apenas carregar a mutação sem manifestar a condição.
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Essa combinação genética tão específica explica por que há menos de 50 pessoas conhecidas no planeta com esse tipo sanguíneo.
Por sua raridade e importância, cada doador de sangue dourado é monitorado com extremo cuidado. Amostras são muitas vezes armazenadas em bancos internacionais, prontas para transporte em casos de emergência médica
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