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Velhice saudável é mais importante do que longevidade, avaliam palestrantes

Manuela França/Viva

A questão 'envelhecer com saúde ou ter longevidade?', foi um dos temas tratados durante o painel “Qual sua idade: Cronológica, Biológica e Atitudinal?” - Manuela França/Viva
A questão 'envelhecer com saúde ou ter longevidade?', foi um dos temas tratados durante o painel “Qual sua idade: Cronológica, Biológica e Atitudinal?”
Alessandra Taraborelli
Por Alessandra Taraborelli alessandra.taraborelli@viva.com.br

Publicado em 28/10/2025, às 17h26 - Atualizado às 19h37

São Paulo, 28/10/.2025 - A questão 'envelhecer com saúde ou ter longevidade?', foi um dos temas tratados durante o painel “Qual sua idade: Cronológica, Biológica e Atitudinal?”. O PhD e professor da USP Miguel Garay-Malpartida ressaltou que longevidade é diferente de envelhecimento. O professor ressaltou que a ciência vem realizando avanços significativos no processo de envelhecimento. 

“Longevidade não é frear o envelhecimento", disse. O professor ressaltou, ainda, que existem muitas formas de mensurar o envelhecimento e que já houve avanços nesses modelos, mas ainda estamos na fase de lapidar os processos. “Prever o que vai acontecer lá na frente e importante."

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Ele também destacou que é um privilégio realizar os sonhos, mas é importante ter noção de que a sociedade está composta de milhões de idosos, que não têm esse privilégio, mas são importantes para sustentar a sociedade.

Geração de valor

Garay-Malpartida avalia que a longevidade tem potencial para gerar muitos negócios, mas é importante pensar na sociedade como um todo. “Eu acho que, cada vez mais, essas ideias de gerar lucro precisam trazer também geração de valor, para trazer felicidade para quem não tem", disse.

O fundador da Genera, Ricardo di Lazzaro Filho avalia que a medicina está passando por uma transição global, antes se tratava a doença, hoje se encaminha para os 4Ps – preventiva, preditiva, personalizada e participativa.

Ele pondera que isso é importante, porque cada pessoa e cada órgão envelhece em ritmo diferente e com esses avanços é possível medir o envelhecimento. “Hoje,temos algorítimos para estimar a idade das pessoas e esses cálculos vão ficando cada vez mais precisos, para predizer o desenvolvimento de doenças e até a idade da morte”, avaliou, acrescentando que os hábitos têm mais força no envelhecer do que a genética adquirida dos pais.

Durante o painel, ele sugeriu a leitura do livro “Cada vez mais forte”. Segundo a obra, ao longo da vida algumas habilidades vão sendo desenvolvidas e outras vão sendo perdidas. Uma das coisas que melhoram com a idade, é o contar história. “O livro fala que, se você tentar fazer a mesma coisa que fez até os 50 anos, vai se frustrar, que o melhor é pegar o conhecimento e as habilidades que estão sendo desenvolvidas para uma segunda carreira, isso faz muito mais sentido”, explica.

Pesquisas

Já Fabiana Barruffini, da IKJ Capital, avaliou que a longevidade é uma parte da medicina que ainda está sendo pouco explorada. “Existem iniciativas muito recentes, e que impactam o bem envelhecer”, avalia, acrescentando ainda que o País tem uma área de pesquisa muito bem desenvolvida. No entanto, ela ressaltou que os pesquisadores precisam ter mentalidade mais comercial e tirar as pesquisas das faculdades e ir atrás de capital.

O presidente do Instituto de Longevidade MAG, Nilton Molina, de 90 anos, disse que parte da sua boa qualidade de vida se dá em razão do seu interesse de estar sempre aprendendo. “Sou um velho de 90 anos, estou muito bem de saúde, leio três jornais de manhã, não muito profundamente, e caço aquilo que me entusiasmou mais...todo santo dia eu aprendo uma coisa nova, sabe por quê? Porque eu quero", afirma.

Eu faço força para ser feliz, para estar bem de saúde, essas coisas não são de graça, é preciso querer, e preciso fazer força. O mundo dos negócios ainda não percebeu todas as oportunidades que existem para desenvolver a terceira idade, e não é só saúde.”

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