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Você está trabalhando, finalizando uma demanda que precisa entregar hoje e o computador resolve parar. Na correria, você deixa cair o celular no chão, que quebra a tela, e as informações que você precisa para a reunião estão no aparelho. Quem nunca!
Pesquisa com pessoas 50+ mostra que quando se deparam com dificuldades ou receios em relação ao mundo digital, esses usuários não se paralisam – sempre dão um jeitinho. A falta de destreza digital não é um limitador. Ao contrário, as pessoas tentam aprender e evoluir; pegam dicas e orientações, procuram tutoriais e ajuda de quem já sabe.
Segundo o levantamento feito pela Data8, empresa especializada em coleta de dados sobre o mercado de longevidade, 98% dos entrevistados têm celular com acesso a internet, 85% possuem smart TV, 64% têm notebook, 16% usam smartwatch e outros 16% são usuários de assistente virtual.
Mas a dificuldade em resolver questões técnicas com os dispositivos não é questão de idade e, sim, de ciência, defende Bete Marin, cofundadora da MV Marketing e pós-graduada em Gerontologia pelo Instituto Albert Einstein. “As pessoas mais velhas, em especial com mais de 60 anos, em geral, enfrentam mais dificuldades para interagir com novas tecnologias. E isso não é um tabu; é ciência. Há alterações no organismo com a idade, que não são defeitos, fazem parte do ciclo da vida”, afirma.
Para Bete Marin, da MV Marketing e especialista em gerontologia, é a tecnologia que precisa se adaptar aos 50+ e não o contrário - Divulgação
A gerontologia, área que estuda o envelhecimento nas dimensões biológicas, psicológicas e sociais, construiu suas bases reconhecendo que o envelhecimento é um processo gradual e contribui para o declínio biológico natural. Com o tempo, perdemos gradualmente as habilidades sensoriais, motoras e cognitivas.
A visão pode ficar menos nítida, a audição mais seletiva e a coordenação motora mais lenta. O cérebro também muda: o raciocínio continua afiado, mas o tempo de resposta pode ser mais longo, como explica a especialista.
É a tecnologia que precisa se adaptar aos 50+, não o contrário. “A Economia Prateada já movimenta trilhões de dólares no mundo todo. Ignorar esse público é abrir mão de um mercado gigantesco e em plena expansão”, avalia Marin, citando estudos que apontam que somente no Brasil o mercado 50+, que compõe a chamada economia prateada, gira em torno de R$ 2 trilhões anuais em consumo.
Para ser inclusiva, a tecnologia precisa reconhecer a diversidade da maturidade. “Criar interfaces acessíveis, testar usabilidade com diferentes perfis, usar letras grandes, linguagem clara, botões bem-posicionados, e oferecer suporte humano, tudo isso é um convite para que os maduros não apenas entrem no digital, mas se sintam em casa”, diz.
De olho neste potencial de negócios e buscando trazer serviços que possam ajudar as pessoas a se manterem ativas no mundo digital, o mercado de seguros oferece várias opções para celulares, notebooks e tablets, como seguro contra roubo, furto, Pix, garantia estendida e até help desk (serviço de suporte). Mas, antes de se decidir por um produto é preciso entender qual a sua real necessidade.
Confira com seu corretor de seguros se sua apólice já contém algum desses serviços ou mesmo se o seu banco ou administradora de cartão de crédito oferece algo do tipo.
De acordo com a seguradora Porto Seguro é fundamental considerar alguns pontos-chave para garantir uma cobertura adequada ao buscar um seguro para celular e/ou equipamentos portáteis:
Verifique se o seguro abrange os principais riscos aos quais o seu equipamento está sujeito, como danos físicos, elétricos, roubo e furto qualificado.
Esteja atento às exclusões, ou seja, às situações que não são cobertas pelo seguro. Exemplos comuns incluem danos causados por uso inadequado, desgaste natural ou defeitos preexistentes, que podem comprometer a proteção.
Compreenda o valor da franquia, que é a quantia que o cliente precisará pagar em caso de sinistro. Avalie se o valor da franquia é compatível com o preço do seu equipamento e se é algo que você está disposto a arcar, caso necessário.
No caso do celular, a empresa ainda oferece seguro para transações digitais e Pix, ou seja, indenização para transações digitais indevidas após roubo ou furto. E para lidar com problemas no uso de computadores e notebooks há também o Help Desk Técnico, por telefone.
Muitas empresas de assistência técnica podem ajudar com serviços de recuperação de dados de notebooks e computadores; backup de dados em nuvem; descarte sustentável de equipamentos eletrônicos e orientações para manutenção preventiva dos dispositivos.
Já a Assurant oferece planos com proteção para múltiplos aparelhos, como notebooks, desktops, Smart TVs, consoles, monitores, entre outros, incluido assistência técnica, prevenção e proteção contra ameaças cibernéticas e crimes digitais.
"Especialmente quem tem mais de 50 anos não quer passar pelo estresse de configurar tudo novamente em um aparelho novo ou ficar sem o dispositivo durante semanas, sem acesso a fotos de família e documentos importantes. É sobre dar um jeito rápido no problema e seguir a vida sem grandes transtornos", diz o superintendente de Digital, Produtos e CX da Assurant no Brasil, Luiz Carlos Pires.
De acordo com a cofundadora do Data8, Cléa Klouri, é importante as pessoas se familiarizarem com as novas tecnologias. “Há várias formas de se manter atualizado. A mais fácil são os cursos online disponíveis para os maduros. Sabemos que estar desatualizado é uma grande preocupação dessa geração e, em média, 15% deles já fizeram algum tipo de curso online”, revela.
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