Estudo revela como 3 dias longe do celular impactam o cérebro

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Passar apenas 72 horas com o uso limitado do celular pode gerar mudanças no cérebro - Foto: Envato Elements
Passar apenas 72 horas com o uso limitado do celular pode gerar mudanças no cérebro

Por Beatriz Duranzi

redacao@viva.com.br
Publicado em 03/09/2025, às 14h30

São Paulo, 03/09/2025 - Um novo estudo da Universidade de Heidelberg, na Alemanha, trouxe evidências de que passar apenas 72 horas com o uso limitado do celular pode gerar mudanças químicas no cérebro em áreas ligadas a vício e recompensa. 

A pesquisa foi publicada no periódico científico Computers in Human Behavior e reforça o debate sobre os impactos do excesso de telas no bem-estar mental.

O estudo

Os pesquisadores compararam o uso exagerado de smartphones a transtornos aditivos, já que estudos anteriores já apontavam possíveis consequências psicossociais e físicas. 

Para aprofundar esse entendimento, a equipe selecionou 25 jovens adultos, entre 18 e 30 anos, que foram orientados a utilizar o aparelho somente para tarefas essenciais, como conversar com familiares, durante três dias.

Ao longo do experimento, os voluntários realizaram exames de ressonância magnética, nos quais foram expostos a diferentes imagens: paisagens neutras, celulares desligados e celulares ligados. Além disso, responderam questionários sobre humor e hábitos digitais.

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O papel do celular no cérebro

Os resultados revelaram alterações em regiões cerebrais associadas ao desejo e ao prazer, como o giro cingulado anterior e o núcleo accumbens, áreas frequentemente estudadas em casos de dependência de substâncias como cigarro e drogas. 

Houve também ativação em vias relacionadas à dopamina e serotonina, neurotransmissores que regulam humor e comportamento aditivo.

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Outro dado interessante foi que, após o período de menor conexão, os voluntários relataram melhora na qualidade do sono e no humor. 

Apesar disso, os cientistas destacam que o estudo ainda tem limitações: a amostra reduzida, a ausência de grupo de controle e a dificuldade de monitorar com precisão se todos realmente ficaram afastados do celular durante o período.

Mesmo com essas ressalvas, a pesquisa abre espaço para novas reflexões sobre a relação entre tecnologia e saúde mental, sugerindo que pequenas pausas no uso dos dispositivos já podem impactar o funcionamento do cérebro.

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