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São Paulo, 06/08/2025 - De acordo com um levantamento sobre o consumo de medicamentos de cerca de 2,5 milhões de brasileiros de 29 a 58 anos, nos últimos dois anos houve um aumento de 12,4% no número de pessoas que utilizaram antidepressivos.
Os dados consideram funcionários de mais de 190 empresas que oferecem o chamado benefício farmácia, um mecanismo que conecta indústria, pacientes, farmácias, distribuidores, clínicas, laboratórios, hospitais e operadoras de saúde para o fornecimento de medicações.
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Os remédios para depressão são o segundo tipo de medicamento mais utilizado na base de beneficiários, ficando atrás apenas de antibióticos. Por outro lado, o uso de ansiolíticos caiu 10,6%. Para Alexandre Vieira, diretor médico da empresa Funcional Health Tech, responsável pelo levantamento, esses dados reforçam a importância de programas de apoio emocional e bem-estar, sobretudo no que se refere à adesão contínua ao tratamento.
“O aumento reflete tanto o impacto do estilo de vida moderno, marcado por jornadas longas, estresse e insegurança econômica, quanto uma mudança cultural importante: hoje falar sobre saúde mental e buscar tratamento deixou de ser tabu para boa parte da população”, explica.
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Vieira diz ainda que acompanhar o perfil de uso de medicamentos na base é essencial para oferecer programas de adesão mais eficientes, com impacto positivo não apenas para o colaborador, mas para o ecossistema de saúde como um todo. “O crescimento do uso de antidepressivos entre adultos não é isolado, está associado a uma prevalência significativa da doença, desigualdade de acesso ao cuidado em saúde mental e às pressões da vida moderna. Isso reforça que saúde mental é um tema crítico e urgente para políticas de saúde”, finaliza.
De 2022 a 2024, houve um aumento de 134% nos brasileiros afastados do trabalho por motivos ligados à saúde mental, como apontam dados do Ministério Público do Trabalho (MPT) e da Organização Internacional do Trabalho (OIT). No ano passado, o número destes beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) passou para 472 mil, com predominância de casos de estresse, ansiedade e episódios depressivos.
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