Facebook Viva Youtube Viva Instagram Viva Linkedin Viva

Câmara aprova redação final de projeto das bagagens

Envato

Texto final aprovado pela Câmara prevê transporte grátis de mala na cabine somente em voos domésticos - Envato
Texto final aprovado pela Câmara prevê transporte grátis de mala na cabine somente em voos domésticos

Por Pepita Ortega, da Broadcast

redacao@viva.com.br
Publicado em 29/10/2025, às 09h47
Brasília, 28/10/2025 - O plenário da Câmara aprovou na última terça-feira, 28, o projeto de lei que prevê a gratuidade para o transporte de bagagens de mão de até 12 quilos em voos domésticos. Em meio à votação do texto na Casa, os parlamentares aprovaram uma série de emendas que turbinaram o texto, que agora também prevê a gratuidade para despacho de bagagens de até 23 quilos em voos internacionais e nacionais; a proibição do cancelamento de voo de retorno quando o consumidor não embarca no voo de ida; e a vedação de cobrança adicional pela marcação de assento padrão nos trajetos.
Ao fim da votação, o ponto que motivou a discussão do tema na Câmara - a cobrança pelas bagagens de mão em voos internacionais - foi o principal ponto a ficar de fora do projeto. As demais alterações aprovadas pelos deputados valem tanto para voos domésticos como para rotas para outros países.
Leia também: Por que fazer piada com bomba em aeroporto pode levar à prisão no Brasil?
A redação final ficou a cargo do relator Neto Carletto (Avante-BA) e foi aprovada em votação simbólica, com voto contrário do partido Novo. O texto agora vai ao Senado. Após o encerramento da votação, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), indicou que a aprovação é um "recado claro" de que a Casa "não permitirá abusos a consumidores brasileiros".
Motta citou "oligopólio" das aéreas e indicou que a Câmara deixou claro que "não concorda" não só com a cobrança das bagagens de mão, mas também com o veto do ex-presidente Jair Bolsonaro à gratuidade do despacho de bagagens de até 23 quilos - o qual está há anos sem ser analisado em sessão do Congresso Nacional.
O deputado também citou os "recados" sobre a cobrança das bagagens despachadas, sobre o cancelamento de passagens de volta em caso de não embarque na ida e também sobre os assentos. "É um recado de que não compactuaremos com aumento de custos numa realidade em que o brasileiro não aguenta pagar tão caro pelas passagens", afirmou, destacando ainda esperar agilidade na análise da proposta, pelo Senado.

Bagagem na cabine

Durante a discussão em plenário, os parlamentares aprovaram primeiro, em votação simbólica, o substitutivo apresentado pelo deputado pelo relator, Neto Carletto (Avante-BA). O texto prevê que o passageiro pode, "ressalvada restrição de segurança ou de capacidade", acomodar no bagageiro da cabine uma bagagem de mão de 12 kg - mas somente em voos domésticos.
Como mostrou o Broadcast Político, a proposta representa um recuo em relação ao texto que foi apresentado pelo deputado Da Vitória (PP-ES), na esteira do anúncio, por aéreas sobre a cobrança pelo transporte de malas de mão em rotas internacionais. O texto inicialmente tratava da gratuidade tanto em voos nacionais - que, segundo Carletto, respondem por praticamente 80% do número de passageiros da aviação brasileira - como para outros países.
Segundo Carletto, a extensão da gratuidade do transporte de malas de mão ao mercado internacional "poderia suscitar questionamentos quanto ao cumprimento de acordos bilaterais e a redução da oferta de voos de empresas de baixo custo que hoje atuam em rotas relevantes na América do Sul, a partir do Brasil".
O parlamentar chegou a propor, em uma das versões de seu relatório, a retomada da gratuidade do despacho de bagagens de até 23 kg em voos domésticos. Carletto chegou a sustentar que restabelecer tal gratuidade é "medida de justiça e equilíbrio nas relações de consumo, sem comprometer a sustentabilidade econômica das companhias, já que os custos podem ser absorvidos no valor global das passagens".
No entanto, no parecer final, a previsão foi retirada. Nessa mesma versão do documento, o deputado ainda incluiu dispositivos sobre acessibilidade e previsão de que as aéreas possam deixar de transportar, por até um ano, "passageiro que tenha praticado ato de indisciplina considerado gravíssimo".

Projeto turbinado

Após a votação do texto de Carletto, os deputados começaram a analisar, em forma de destaques - votação separada de trechos específicos do projeto -, uma série de emendas que visavam incluir mudanças no projeto. Nessa levada, foram aprovadas três alterações, que valem tanto para voos nacionais como internacionais:
  • Vedação ao cancelamento automático, pelas companhias aéreas, do voo de retorno quando o consumidor não embarca no trecho de ida;
  • A gratuidade do despacho de uma bagagem de até 23 kg em voos domésticos ou internacionais operados em território nacional;
  • Proibição de cobrança adicional pela marcação de assento padrão pelo passageiro.

Comentários

Política de comentários

Este espaço visa ampliar o debate sobre o assunto abordado na notícia, democrática e respeitosamente. Não são aceitos comentários anônimos nem que firam leis e princípios éticos e morais ou que promovam atividades ilícitas ou criminosas. Assim, comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, que usam palavras de baixo calão, incitam a violência, exprimam discurso de ódio ou contenham links são sumariamente deletados.

Gostou? Compartilhe

Últimas Notícias