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Golpe do falso advogado faz vítimas no Brasil: veja como se proteger

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Os golpistas utilizam dados verdadeiros, como nomes e registros da OAB

Por Beatriz Duranzi

redacao@viva.com.br
Publicado em 27/10/2025, às 10h58

São Paulo, 27/10/2025 - Uma nova onda de fraudes tem alarmado quem possui processos na Justiça. Conhecido como golpe do falso advogado, o esquema tem se espalhado pelo País. Semana passada, a Polícia Civil de Santa Catarina fez uma operação que expediu 25 mandados de busca domiciliar e 16 de prisão temporária, cumpridos no Ceará e no Rio de Janeiro, segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública.

O crime consiste em criminosos que se passam por advogados, assessores jurídicos ou funcionários de escritórios de advocacia, prometendo liberação de valores judiciais, precatórios ou indenizações

Para dar credibilidade à história, os golpistas utilizam dados verdadeiros, como nomes e registros da OAB, além de informações de processos reais, obtidos por meio de sistemas públicos ou acessos indevidos.

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Como funciona o golpe

As quadrilhas agem de forma cada vez mais organizada e profissional. Abaixo, veja as principais etapas identificadas pelas autoridades:

  1. Coleta de informações

Os criminosos pesquisam dados públicos e judiciais para selecionar as vítimas. Conseguem acessar números de processos, valores, nomes de partes e até dos advogados reais. Essas informações tornam a abordagem convincente e aumentam a chance de sucesso.

  1. Abordagem inicial

O contato é feito por telefone, e-mail ou aplicativos de mensagem, como o WhatsApp. A pessoa se apresenta como “advogado”, “assessor jurídico” ou “funcionário do escritório”, alegando que o advogado oficial da causa está indisponível.

Perfis falsos são criados com fotos, nomes e timbres reais, e os golpistas chegam a enviar links falsificados que simulam sites de escritórios de advocacia.

  1. O argumento da liberação de valores

Para convencer a vítima, os golpistas afirmam que há uma indenização ou precatório liberado e que é necessário pagar uma taxa para que o dinheiro seja desbloqueado.

Entre os documentos falsos enviados estão:

  • cópias de sentenças e ofícios com timbres da Justiça Federal ou Estadual
  • tabelas de cálculos com supostos valores a receber
  • assinaturas falsificadas de juízes e servidores reais
  • peças processuais verdadeiras extraídas de sistemas judiciais, com timbres e nomes de advogados legítimos
  1. Solicitação de pagamento

É neste ponto que o golpe se concretiza. O falso advogado solicita pagamentos antecipados sob justificativas como: “taxa de desbloqueio”, “custas finais”, “imposto de renda”, “taxa de cartório” ou “IVA”.

Os pagamentos são sempre via PIX ou depósito bancário em contas de terceiros. Após a transferência, os criminosos encerram o contato e bloqueiam a vítima.

  1. Uso de engenharia social

Há casos em que as quadrilhas gravam vídeos e áudios com jargões jurídicos, utilizam e-mails com domínios falsificados e até perfis falsos em redes sociais, o que dá aparência de legitimidade à fraude.

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Como se proteger do golpe

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) publicou uma cartilha oficial com orientações para evitar ser vítima desse tipo de crime. Confira as principais recomendações:

  1. Nunca faça pagamentos antecipados sem confirmar diretamente com o seu advogado de confiança.
  2. Desconfie de contatos inesperados por telefone ou WhatsApp, especialmente quando há pressa ou linguagem técnica demais.
  3. Verifique a inscrição do profissional na OAB, acessando o site consulta OAB
  4. Não forneça dados pessoais ou bancários sem confirmar a origem da solicitação.
  5. Prefira atendimento presencial ou por canais oficiais do escritório.
  6. Verifique o domínio do e-mail e do site do suposto advogado.
  7. Se suspeitar de golpe, não apague as mensagens ou arquivos, eles podem servir de prova.
  8. Registre um boletim de ocorrência, presencialmente ou na Delegacia Eletrônica do seu estado.

Reforço da OAB e das autoridades

A OAB tem alertado que advogados verdadeiros jamais pedem PIX, depósitos ou pagamentos diretos para liberar valores judiciais.

Todo repasse é feito exclusivamente pelo sistema bancário oficial da Justiça, sem a necessidade de taxas antecipadas.

A entidade também recomenda que pessoas com processos em andamento redobrem a atenção, especialmente em casos envolvendo precatórios, ações previdenciárias e indenizações, principais alvos das quadrilhas especializadas no golpe do falso advogado. 

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