Adobe Stock
Por Beatriz Duranzi
redacao@viva.com.brSão Paulo, 27/10/2025 - Uma nova onda de fraudes tem alarmado quem possui processos na Justiça. Conhecido como golpe do falso advogado, o esquema tem se espalhado pelo País. Semana passada, a Polícia Civil de Santa Catarina fez uma operação que expediu 25 mandados de busca domiciliar e 16 de prisão temporária, cumpridos no Ceará e no Rio de Janeiro, segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública.
O crime consiste em criminosos que se passam por advogados, assessores jurídicos ou funcionários de escritórios de advocacia, prometendo liberação de valores judiciais, precatórios ou indenizações.
Para dar credibilidade à história, os golpistas utilizam dados verdadeiros, como nomes e registros da OAB, além de informações de processos reais, obtidos por meio de sistemas públicos ou acessos indevidos.
Leia também: É rolo ou união estável? Contratos de namoro são opção para proteger bens
As quadrilhas agem de forma cada vez mais organizada e profissional. Abaixo, veja as principais etapas identificadas pelas autoridades:
Os criminosos pesquisam dados públicos e judiciais para selecionar as vítimas. Conseguem acessar números de processos, valores, nomes de partes e até dos advogados reais. Essas informações tornam a abordagem convincente e aumentam a chance de sucesso.
O contato é feito por telefone, e-mail ou aplicativos de mensagem, como o WhatsApp. A pessoa se apresenta como “advogado”, “assessor jurídico” ou “funcionário do escritório”, alegando que o advogado oficial da causa está indisponível.
Perfis falsos são criados com fotos, nomes e timbres reais, e os golpistas chegam a enviar links falsificados que simulam sites de escritórios de advocacia.
Para convencer a vítima, os golpistas afirmam que há uma indenização ou precatório liberado e que é necessário pagar uma taxa para que o dinheiro seja desbloqueado.
Entre os documentos falsos enviados estão:
É neste ponto que o golpe se concretiza. O falso advogado solicita pagamentos antecipados sob justificativas como: “taxa de desbloqueio”, “custas finais”, “imposto de renda”, “taxa de cartório” ou “IVA”.
Os pagamentos são sempre via PIX ou depósito bancário em contas de terceiros. Após a transferência, os criminosos encerram o contato e bloqueiam a vítima.
Há casos em que as quadrilhas gravam vídeos e áudios com jargões jurídicos, utilizam e-mails com domínios falsificados e até perfis falsos em redes sociais, o que dá aparência de legitimidade à fraude.
Leia também: OAB proíbe inscrição de candidatos condenados por racismo
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) publicou uma cartilha oficial com orientações para evitar ser vítima desse tipo de crime. Confira as principais recomendações:
A OAB tem alertado que advogados verdadeiros jamais pedem PIX, depósitos ou pagamentos diretos para liberar valores judiciais.
Todo repasse é feito exclusivamente pelo sistema bancário oficial da Justiça, sem a necessidade de taxas antecipadas.
A entidade também recomenda que pessoas com processos em andamento redobrem a atenção, especialmente em casos envolvendo precatórios, ações previdenciárias e indenizações, principais alvos das quadrilhas especializadas no golpe do falso advogado.
Política de comentários
Este espaço visa ampliar o debate sobre o assunto abordado na notícia, democrática e respeitosamente. Não são aceitos comentários anônimos nem que firam leis e princípios éticos e morais ou que promovam atividades ilícitas ou criminosas. Assim, comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, que usam palavras de baixo calão, incitam a violência, exprimam discurso de ódio ou contenham links são sumariamente deletados.
Gostou? Compartilhe
Cursos