Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil
São Paulo, 12/11/2025 – O governo federal calcula que 9 milhões de brasileiros sofreram descontos indevidos nos benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), segundo o ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz. Entretanto, pouco mais de um terço das vítimas foi restituído até o momento, 3,7 milhões de segurados.
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O ministro participou, nesta manhã, do programa Bom Dia, Ministro, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Em entrevista, Queiroz justificou a prorrogação por 90 dias do prazo para contestação dos descontos em razão da quantidade de brasileiros que ainda não acionaram os canais oficiais do INSS.
“Observou-se que havia um contingente que por desinformação ou porque ainda não teve tempo, não pediu o dinheiro de volta. Então houve esse consenso de que era melhor ampliar por mais três meses", detalha.
Até o momento, o INSS recebeu 6 milhões de contestações – desse total, 4,8 milhões estão aptos a aderir ao acordo de ressarcimento.
O governo calcula que 3 milhões de brasileiros ainda não acionaram o INSS por razões variadas, seja por não estarem cientes da fraude ou pela falta de tempo hábil para solicitar o reembolso.
Porém, o ministro apontou uma terceira hipótese: essas pessoas não terem procurado o INSS por saber, de antemão, que autorizaram os descontos. "Imaginamos que sejam pessoas que autorizaram as deduções, logo não têm motivos para olhar o extrato, acessar o aplicativo ou ir até a agência dos Correios", conclui.
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Queiroz reforçou que a verba usada para ressarcir os aposentados não compromete o orçamento da pasta, uma vez que tem origem em crédito extraordinário. Segundo o ministro, até esta quarta-feira foram liberados R$ 2 bilhões para restituir as vítimas, dos R$ 3,3 bilhões aprovados pelo Congresso Nacional.
"Mas, caso esse dinheiro seja todo usado, eu tenho certeza que o Congresso vai abrir um novo crédito restante", defende.
O ministro afirmou que o Ministério da Previdência adota medidas para conter o aumento do Tempo Médio de Atendimento (Temea) do INSS – de 42 dias, em agosto, agravando-se em algumas regiões do País, como Norte e Centro-Oeste, que chegaram a 68 dias de espera.
As ações incluem:
O ministro também assegurou que os peritos médicos federais terão o pagamento garantido. "Eu não desisti ainda de tentar arrumar uma forma de retomar esse plano até o final do ano, talvez agora em novembro ou dezembro, quanto mais rápido melhor."
Em agosto, a fila do INSS chegou a 2,6 milhões de pessoas, maior número desde abril deste ano. A espera por perícia médica subiu 107,7% em relação ao mesmo período de 2024.
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