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Governo estima que 9 mi sofreram descontos no INSS; 3,7 mi foram restituídos

Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

O governo federal calcula que 9 milhões de brasileiros sofreram descontos indevidos nos benefícios do INSS - Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil
O governo federal calcula que 9 milhões de brasileiros sofreram descontos indevidos nos benefícios do INSS
Paula Bulka Durães
Por Paula Bulka Durães paula.bulka@viva.com.br

Publicado em 12/11/2025, às 15h09

São Paulo, 12/11/2025 – O governo federal calcula que 9 milhões de brasileiros sofreram descontos indevidos nos benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), segundo o ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz. Entretanto, pouco mais de um terço das vítimas foi restituído até o momento, 3,7 milhões de segurados.

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O ministro participou, nesta manhã, do programa Bom Dia, Ministro, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Em entrevista, Queiroz justificou a prorrogação por 90 dias do prazo para contestação dos descontos em razão da quantidade de brasileiros que ainda não acionaram os canais oficiais do INSS.

“Observou-se que havia um contingente que por desinformação ou porque ainda não teve tempo, não pediu o dinheiro de volta. Então houve esse consenso de que era melhor ampliar por mais três meses", detalha.

Até o momento, o INSS recebeu 6 milhões de contestações – desse total, 4,8 milhões estão aptos a aderir ao acordo de ressarcimento.

O governo calcula que 3 milhões de brasileiros ainda não acionaram o INSS por razões variadas, seja por não estarem cientes da fraude ou pela falta de tempo hábil para solicitar o reembolso.

Porém, o ministro apontou uma terceira hipótese: essas pessoas não terem procurado o INSS por saber, de antemão, que autorizaram os descontos. "Imaginamos que sejam pessoas que autorizaram as deduções, logo não têm motivos para olhar o extrato, acessar o aplicativo ou ir até a agência dos Correios", conclui.

Leia também: Governo prorroga para 2026 prazo para contestação de fraudes do INSS

Queiroz reforçou que a verba usada para ressarcir os aposentados não compromete o orçamento da pasta, uma vez que tem origem em crédito extraordinário. Segundo o ministro, até esta quarta-feira foram liberados R$ 2 bilhões para restituir as vítimas, dos R$ 3,3 bilhões aprovados pelo Congresso Nacional.

"Mas, caso esse dinheiro seja todo usado, eu tenho certeza que o Congresso vai abrir um novo crédito restante", defende.

Ações para redução das filas

O ministro afirmou que o Ministério da Previdência adota medidas para conter o aumento do Tempo Médio de Atendimento (Temea) do INSS – de 42 dias, em agosto, agravando-se em algumas regiões do País, como Norte e Centro-Oeste, que chegaram a 68 dias de espera.

As ações incluem:

  • Reforços adicionais: o governo convocou 500 novos peritos, com atuação prioritária nas regiões com piores índices de Temea e em locais desassistidos;
  • Plano de retomada do programa de redução de filas: Queiroz disse que a Previdência pretende reativar o Programa de Gerenciamento de Benefícios (PGB) até o fim do ano. A iniciativa foi suspensa em outubro por falta de orçamento do INSS.

O ministro também assegurou que os peritos médicos federais terão o pagamento garantido. "Eu não desisti ainda de tentar arrumar uma forma de retomar esse plano até o final do ano, talvez agora em novembro ou dezembro, quanto mais rápido melhor."

Em agosto, a fila do INSS chegou a 2,6 milhões de pessoas, maior número desde abril deste ano. A espera por perícia médica subiu 107,7% em relação ao mesmo período de 2024.

Leia também: Fila do INSS volta a crescer e espera por perícia aumenta 107,7% em um ano

  • Perícia virtual: para atender regiões com escassez de profissionais, o Ministério vai implementar a "Perícia Conectada", salas de atendimento remoto que ligarão o segurado a peritos de todo o Brasil por vídeo. Entretanto, o ministro não forneceu mais detalhes sobre a implantação;
  • Atendimentos em comunidades isoladas: o ministro prometeu a continuidade do programa PrevBarco, agências móveis que garantem assistência a comunidades ribeirinhas e afastadas. Atualmente, há cinco embarcações em operação que atenderam 26 municípios em outubro, no Amazonas, Pará e Acre.

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