Waller alerta para golpes de reembolso da fraude: 'INSS não procura você'

São Paulo, 24/07/2025 - O presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Gilberto Waller Júnior, alertou sobre golpes que prometem para o aposentado e pensionista o reembolso pelos descontos indevidos das entidades associativas. "O INSS não liga para você, não manda e-mail, e os Correios não enviam carteiro ou correspondência para sua casa, é sempre você que procura os canais oficiais do instituto."

De acordo com o presidente do INSS, com a abertura dos bancos, às 10h, 390 mil segurados encontrarão os valores depositados diretamente na conta em que recebem os benefícios. "A ordem de pagamento será de pelo menos 100 mil pessoas por dia. Quem aderir ao acordo, receberá o dinheiro de volta no prazo de quatro dias", complementa. 

Em entrevista à rádio CBN São Paulo, Waller anunciou que, a partir de semana que vem, as instituições financeiras passarão a avisar diretamente os clientes fraudados pelo instituto que têm alguma pendência, seja alguma resposta da entidade contestada para checar ou dinheiro a receber do acordo.

"É comum receber mensagens ou ligações se passando pelo INSS e dizendo 'seu reembolso foi autorizado'. Não caia em golpes, nós escolhemos uma comunicação segura com os aposentados."

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Nesta quinta-feira, os segurados do instituto que aderiram ao acordo de ressarcimento começam a receber o dinheiro desviado de março de 2020 a março de 2025, pelas associações contestadas. Até o momento, mais de 1 milhão de pessoas aceitaram receber o reembolso.

Os canais de contestação devem ficar abertos até pelo menos 14 de novembro de 2025. No caso de herdeiros de beneficiários que têm algum dinheiro a receber dos descontos indevidos, é necessário entrar com uma solicitação de reconhecimento nas agências presenciais do INSS, explicou o presidente do instituto. 

Fraude da fraude

Waller Júnior orientou os aposentados e pensionistas que receberam resposta das entidades contestadas que verifiquem se os documentos são legítimos.

"Nós abrimos um prazo de 15 dias úteis para as associações se pronunciarem. Muitas delas cometeram mais uma fraude, pois apresentaram nessa resposta documentos falsos, com assinaturas falsificadas." De acordo com o presidente, ao menos seis instituições utilizaram softwares para reproduzir a assinatura das vítimas. 

Se o beneficiário do INSS não reconhecer a assinatura, ele deve sinalizar nos canais oficiais do instituto - aplicativo "Meu INSS" ou agências dos Correios. "Será aberta uma auditoria interna para que possamos abrir para pagamento até o fim do mês."

O presidente do INSS reforçou que as associações continuam na mira das investigações das entidades brasileiras. Além das 12 instituições investigadas, as associações que não responderam os aposentados dentro do prazo de 15 dias estão sendo encaminhadas para Controladoria-Geral da União (CGU) e enquadradas na Lei Anticorrupção. 

As entidades associativas que cometeram uma nova fraude, respondendo o INSS e os aposentados com documentos falsificados, terão os dirigentes encaminhados para a CGU e o Ministério Público Federal (MPF), de acordo com Waller Junior. 

Desbloqueio do consignado vai ganhar novo sistema

O presidente anunciou na entrevista que o desbloqueio do crédito consignado vai ganhar um novo sistema, desenvolvido junto com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Desde o dia 23 de maio, as operações de empréstimo no INSS ganharam uma nova ferramenta de segurança, por meio da biometria facial.

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O Viva alertou da dificuldade dos aposentados em realizar os desbloqueios por meio de dificuldades tecnológicas e cruzamentos de dados com outros bancos públicos, como o da Justiça Eleitoral. Segundo Waller Junior, "o que mudou é que agora todas as operações do consignado exigem a biometria facial, mesmo os pedidos anteriores ao dia 23 de maio, mas isso deve ser solucionado com o anúncio do novo sistema ainda este mês".

A decisão de reforçar a segurança das operações de crédito veio para impedir novas fraudes, sobretudo de empréstimos irregulares, como os feitos em nome de crianças e adolescentes. "Constatamos pelo menos 500 mil créditos irregulares no nome de crianças e adolescentes", afirmou Waller.

Como ele explicou, antes, representantes legais de menores de idade poderiam solicitar o empréstimo por meio do Benefício de Prestação Continuada (BPC). A Justiça de São Paulo barrou esses casos e agora o desbloqueio é permitido somente por via judicial.