Receita de bares com destilados pode cair até 50% por contaminação com metanol

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Federação, no entanto, diz que já se observa uma substituição na receita pela de outras bebidas, como vinhos, cervejas e bebidas não alcoólicas - Envato
Federação, no entanto, diz que já se observa uma substituição na receita pela de outras bebidas, como vinhos, cervejas e bebidas não alcoólicas
Por Fabiana Holtz fabiana.holtz@viva.com.br

Publicado em 07/10/2025, às 16h52

São Paulo, 07/10/2025 - A crise causada no setor de bebidas após casos de contaminação por metanol deve representar um prejuízo que pode chegar a 50% com bebidas destiladas (vodka, whisky, gin, entre outras), segundo estimativa da Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do estado de São Paulo (Fhoresp). A entidade também projeta uma queda no movimento dos estabelecimentos que varia de 20% a 30%. 
Edson Pinto, diretor-executivo da Fhoresp, observa, no entanto, que já se verifica uma substituição na receita das bebidas destiladas pela de outras bebidas que não sofrem o impacto desta crise, como vinhos, cervejas e bebidas não alcoólicas.
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Em nota divulgada ontem, a Fhoresp e a Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF) manifestaram preocupação com a crise de intoxicação por metanol em bebidas alcoólicas no Brasil, que já provocou mortes e graves sequelas em várias regiões do país. O cenário expõe a fragilidade da fiscalização e compromete a credibilidade do setor de alimentos e bebidas.
Dados da ABCF revelam que a falsificação de destilados cresceu 25,8% entre 2023 e 2024 e segundo a Fhoresp, as falsificações já representam 36% das bebidas comercializadas.
As entidades classificam os casos registrados no país como um crime contra a saúde pública e pedem por uma resposta imediata das autoridades. A Fhoresp e a ABCF também consideram como 'urgente' o restabelecimento de um sistema nacional de rastreabilidade que garanta autenticidade e segurança dos produtos. Na avaliação de ambas, a reativação Sistema de Controle de Produção de Bebidas (Sicobe), já determinada duas vezes pelo Tribunal de Contas da União (TCU), "é medida essencial para proteger a saúde pública e combater o mercado ilegal".
"A ausência de um controle efetivo como o Sicobe facilita a ação do crime organizado e coloca em risco a vida dos cidadãos, o que é inaceitável, e atenta também contra o sustento e a geração de empregos em todo o setor de bares e restaurantes, tão importante para a economia brasileira", afirmam as duas entidades.

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