Brasília, 25/08/2025 - A
prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é considerada justa por 55% da população brasileira, segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta segunda-feira, 25. Outros 39% consideram a detenção do ex-mandatário injusta e 6% não souberam ou não responderam.
No Nordeste, essa diferença é ainda maior: 65% classificam a prisão de Bolsonaro como justa, ante 30% que a veem como injusta. Já no Sul, há empate técnico (já que a margem de erro da pesquisa é de dois pontos porcentuais), com 49% considerando que a detenção em casa do ex-presidente é injusta e 47% que a classifica como justa.
Entre os católicos, 62% avaliam que a medida é justa, 32%, injusta e 6% não souberam ou não responderam. A Quaest também apurou que, entre os evangélicos, a maioria, 57%, vê a prisão domiciliar de Bolsonaro como injusta, 38% como justa e 5% não informaram.
Entre as mulheres, a avaliação de que a prisão é justa supera por ampla margem a opinião contrária: 58% a 36%, além de 6% que não souberam ou não responderam. Entre os homens, essa diferença é um pouco menor: 53% avaliam a detenção como justa, 42% como injusta e 5% não informaram.
Por renda familiar, 62% daqueles que ganham até dois salários mínimos acham a prisão justa, ante 30% que avaliam de forma inversa. Enquanto isso, 49% dos que ganham acima de cinco salários mínimos veem a detenção como injusta e 47%, como justa.
Menos de um mês depois da decretação da prisão domiciliar de Bolsonaro, o conhecimento sobre o fato é disseminado: 84% já sabiam da notícia e apenas 16% ficaram sabendo durante a pesquisa. O levantamento também mostrou que 86% dos brasileiros estão cientes de que o ex-chefe do Palácio do Planalto virou réu em um processo que o acusa de planejar um golpe de Estado após perder as eleições de 2022. O julgamento do caso no Supremo Tribunal Federal (STF) começa no próximo dia 2 de setembro.
Bolsonaro está em prisão domiciliar desde 4 de agosto, por ordem do ministro do STF Alexandre de Moraes, que entendeu que o ex-presidente burlou medidas cautelares, como a proibição de usar redes sociais.
Na decisão, Moraes citou uma chamada de vídeo feita entre o ex-mandatário e o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) no dia anterior, domingo, 3 de agosto, durante manifestações bolsonaristas. O magistrado também listou publicações nas redes, incluindo uma apagada pelo filho e senador Flávio Bolsonaro.
A maioria dos respondentes da pesquisa Quaest, 57%, avaliou que Bolsonaro queria provocar Moraes ao participar da chamada de vídeo, enquanto 30% entenderam que o ex-presidente não compreendeu bem as regras impostas pelo ministro e errou.
Na última semana, a defesa de Bolsonaro pediu a Moraes que reconsidere a prisão domiciliar ou, pelo menos, que a Primeira Turma analise o recurso apresentado pelos advogados contra a prisão.
Tentativa de golpe
Cresceu levemente o porcentual de brasileiros que afirmam que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) participou do plano da tentativa de golpe contra o governo Lula (PT). Na última pesquisa Genial/Quaest, de março de 2025, o porcentual era de 49%, ante 35% que consideraram que o ex-mandatário não teve envolvimento. Agora, na pesquisa de agosto, divulgada nesta segunda-feira, são 52% os que consideram que Bolsonaro participou do plano golpista, contra 36% que negam essa participação.
Na pesquisa de março, 15% não souberam ou não responderam essa questão e 1% sustentou que não houve tentativa de golpe. Já neste mês de agosto, 10% não deram opinião e 2% afirmaram não ter havido tentativa de golpe.
A Região Nordeste é onde há maior porcentual de pessoas sustentando a participação de Bolsonaro na intentona golpista: são 62% com essa visão, versus 26% que não veem envolvimento do ex-presidente. Já o Sul é a única região em que o porcentual dos que negam a participação do ex-presidente supera o porcentual daqueles que a afirmam: 46% contra 43%. No Sudeste, 52% veem participação e 36%, não. No Centro-Oeste/Norte, 47% dos entrevistados dizem que Bolsonaro participou da trama golpista e 40% dizem que não houve participação do ex-presidente.
Por religião, o destaque é para os evangélicos, grupo em que 54% consideram que não Bolsonaro participou do plano de golpe, ante 34% que avaliam que houve envolvimento. Há ainda 9% que não souberam ou não responderam e 3% que sustentaram que não houve sequer uma tentativa. Entre os católicos, 59% dizem acreditar que Bolsonaro se envolveu no plano e 30% têm opinião contrária, além de 9% que não informaram e 2% que negam o plano golpista.
O levantamento também mostrou que 86% dos brasileiros já sabem que o ex-chefe do Palácio do Planalto virou réu em um processo que o acusa de planejar um golpe de Estado após perder as eleições de 2022.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma da Corte, convocou sessões extraordinárias para o julgamento do ex-presidente Bolsonaro e demais integrantes do "núcleo 1" da ação penal sobre a tentativa de golpe em 2022.
O julgamento foi marcado para os dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro.
A pesquisa Genial/Quaest foi realizada entre os dias 13 e 17 de agosto, por meio de 2.004 entrevistas face a face. A margem de erro estimada é de dois pontos porcentuais e o nível de confiança é de 95%.