"Não tenho informação ainda de data. Mas as tratativas estão sendo feitas", afirmou Haddad em conversa com jornalistas na portaria do ministério. Segundo ele, quem está em contato direto com autoridades norte-americanas são os ministros da Indústria e Comércio, vice-presidente Geraldo Alckmin, e de Relações Exteriores, Mauro Vieira.
Haddad declarou que fará uma viagem a Washington nas próximas semanas e que esta também será uma "oportunidade de conversar". Ele viaja para os Estados Unidos entre os dias 13 e 17 de outubro para participar em Washington das reuniões anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI) e de reuniões do G20.
Isenção do IR até R$ 5 mil
Sobre a aprovação por unanimidade na Câmara do
projeto de lei que isenta de Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil, Haddad disse acreditar que o apoio do Senado será da mesma dimensão. "Eu acredito que nós vamos ter um apoio tão grande no Senado quanto tivemos na Câmara, com uma votação histórica de 493 votos, sem nenhum voto contra", afirmou, ao chegar à sede do ministério.
O ministro ainda fez
elogios ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e ao relator da proposta, Arthur Lira (PP-AL). O ministro afirmou que o projeto aprovado, apesar das mudanças, foi "muito bem desenhado" na Fazenda durante um ano e ganhou apreço - segundo ele - de técnicos, economistas e da opinião pública.
Dia de congraçamento
Segundo Haddad, ontem foi um dia de "congraçamento", quando recebeu muitos parabéns pela aprovação da medida. O ministro repetiu que a proposta deve beneficiar com isenção ou desconto de IR cerca de 15 milhões de pessoas.
"O projeto está ancorado no equilíbrio fiscal. Ele não aumenta a arrecadação, não diminui a arrecadação, o que ele busca é - com equilíbrio fiscal - justiça tributária", completou.
Haddad avaliou ainda que o dia de ontem, com a aprovação com unanimidade, dá esperança sobre o que é possível construir com o Congresso. Ele disse que ainda não conversou com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), mas que o fará em breve. E repetiu que não deve haver problemas para a aprovação do texto também na Casa Alta.
"Não acredito que vai haver problemas, inclusive porque esse projeto, ele não busca só justiça tributária, ele busca justiça tributária com neutralidade fiscal", enfatizou.
O ministro da Fazenda afirmou ainda ser muito cedo para dizer qualquer coisa sobre o projeto que o governo terá que enviar ao Congresso dentro de um ano para regulamentar o reajuste da tabela de Imposto de Renda. A mudança foi acatada pelo relator a aprovada pela Câmara.