Na volta do recesso, ministros do STF defendem Moraes e soberania brasileira

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Moraes classificou a atuação de bolsonaristas nos Estados Unidos como uma traição à Pátria - Reprodução/TV Justiça
Moraes classificou a atuação de bolsonaristas nos Estados Unidos como uma traição à Pátria

Por Lavínia Kaucz e Pepita Ortega, da Broadcast

redacao@viva.com.br
Publicado em 01/08/2025, às 12h33
Brasília, 01/08/2025 - O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, e o decano Gilmar Mendes, defenderam o colega da Corte Alexandre de Moraes, alvo de sanções impostas pelos Estados Unidos nesta semana. As falas foram feitas nesta sexta-feira na abertura da sessão do segundo semestre do Judiciário.
Barroso destacou que a ação penal da tentativa de golpe de Estado têm sido conduzidas com transparência e seguindo o devido processo legal. O presidente do STF reforçou como Moraes atua nos processos com “empenho, bravura e custos pessoais elevados”.
“Nem todos compreendem os riscos do País correu e a importância de uma atuação firme e rigorosa, mas sempre dentro do devido do processo legal. Em contraste com o passado, e nem vai tão longe, não houve nenhum desaparecido, ninguém torturado, nenhuma acusação sem prova”, destacou.
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O ministro defendeu que foi necessário um “tribunal independente e atuante para evitar colapso das instituições, como ocorreu em vários países do mundo”.
Gilmar Mendes disse que acompanhou com "perplexidade" a escalada de ataques a membros da Corte e defendeu que as medidas adotadas pelos Estados Unidos - contra o ministro Alexandre de Moraes -, motivadas por discordância política, "demandam uma resposta à altura da dignidade de nossa Corte e da soberania do Estado brasileiro".
O decano disse ver uma "ação orquestrada de sabotagem contra o povo brasileiro, por parte de pessoas avessas à democracia, armadas com os mesmos radicalismo, desinformação e servilismo que vêm caracterizando sua conduta já há alguns anos".
Segundo Gilmar, os ataques à soberania "foram estimulados por radicais inconformados com a derrota do seu grupo político nas últimas eleições presidenciais". O ministro chegou a citar indiretamente o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), destacando que o parlamentar "na linha de frente do entreguismo, fugiu do País para covardemente difundir aleivosias contra o Supremo Tribunal Federal, num verdadeiro ato de lesa-pátria".
O ministro ainda defendeu Moraes, destacando que "não é de hoje" que o colega é alvo de "críticas infundadas". "Não há nenhum fato real, concreto e individualizado que sinalize o menor desvio, ou descuido, do relator em relação ao devido processo legal, à ampla defesa e ao contraditório", frisou com relação à conduta de Moraes.
"Que ninguém duvide da imparcialidade e da legitimidade da atuação do STF, e que ninguém ouse desrespeitar a soberania do Brasil. A democracia e as instituições brasileiras são fortes e resilientes, e é por isso que o STF e o nosso Poder Judiciário permanecerão inabaláveis em sua missão de servir à Constituição e ao povo brasileiro."

Moraes se pronuncia sobre sanções 

O ministro Alexandre de Moraes disse que uma organização criminosa tenta, de forma “jamais vista” e agindo de maneira “covarde e traiçoeira”, submeter o funcionamento da Corte máxima ao crivo de um Estado estrangeiro - no caso os Estados Unidos.
O ministro classificou a atuação de bolsonaristas nos Estados Unidos, “condutas ilícitas e imorais” - fazendo referência ao deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), mas sem citá-lo nominalmente - como uma traição à Pátria.
Moraes destacou que os “criminosos” querem o tarifaço do presidente dos EUA, Donald Trump, para criar grave crise econômica no Brasil, ponderando como as taxas geram um “grandioso prejuízo” a empresários brasileiros, com a possibilidade de perda de milhares empregos.

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