Consumo de adoçantes pode acelerar envelhecimento cerebral, aponta estudo

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Esse efeito equivale a um envelhecimento cerebral antecipado de aproximadamente 1,6 ano - Foto: Envato Elements
Esse efeito equivale a um envelhecimento cerebral antecipado de aproximadamente 1,6 ano

Por Beatriz Duranzi

redacao@viva.com.br
Publicado em 11/09/2025, às 11h43 - Atualizado às 18h38

São Paulo, 11/09/2025 - O consumo regular de adoçantes artificiais, presentes em refrigerantes, sobremesas e produtos ultraprocessados, pode estar ligado a um envelhecimento cerebral mais acelerado do que o esperado.

A constatação vem de uma pesquisa conduzida pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e publicada no dia 3 de setembro na revista científica Neurology, da American Academy of Neurology

O estudo acompanhou 12.772 brasileiros, com idade média de 52 anos, durante cerca de oito anos, avaliando memória, linguagem e velocidade de raciocínio.

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Declínio cognitivo de 1 ano

Segundo os resultados, pessoas que ingeriam quantidades mais altas de adoçantes, cerca de 191 mg por dia, o equivalente a uma lata de refrigerante com aspartame, apresentaram declínio cognitivo 62% mais rápido do que quem consumia pouco (média de 20 mg por dia). 

Esse efeito equivale a um envelhecimento cerebral antecipado de aproximadamente 1,6 ano. Já o grupo intermediário, com consumo médio de 64 mg/dia, teve queda 35% mais rápida, representando 1,3 ano de envelhecimento adicional.

Os adoçantes avaliados incluem:

  • Aspartame
  • Sacarina
  • Acessulfame-K
  • Eritritol
  • Xilitol
  • Sorbitol
  • Tagatose (único sem associação significativa ao declínio cognitivo)

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Impacto maior em pessoas mais jovens

O impacto foi mais evidente em adultos com menos de 60 anos, que apresentaram perdas mais rápidas na fluência verbal e na cognição geral. 

Entre pessoas com diabetes, a queda também foi mais acentuada, possivelmente pelo uso frequente de adoçantes como substitutos do açúcar.

De acordo com a professora Claudia Kimie Suemoto, uma das autoras do trabalho, ainda são necessárias novas pesquisas para confirmar a relação direta e avaliar se alternativas naturais, como mel, purê de frutas ou açúcar de coco, poderiam ser opções mais seguras.

O estudo sobre o consumo de adoçantes faz parte do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil), que acompanha a saúde de servidores públicos em seis capitais: São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Salvador e Vitória.

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