Açúcar ou adoçante? OMS alerta sobre recomendações para emagrecer

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Muitas pessoas recorrem aos adoçantes como alternativa ao açúcar - Foto: Envato Elements
Muitas pessoas recorrem aos adoçantes como alternativa ao açúcar

Por Beatriz Duranzi

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Publicado em 16/07/2025, às 08h00

Na busca por uma vida mais saudável e o controle do peso, muitas pessoas recorrem aos adoçantes como alternativa ao açúcar. Mas uma recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) vem mudando essa lógica: os adoçantes não devem ser utilizados com a finalidade de emagrecimento ou prevenção de doenças crônicas como diabetes.

A diretriz, publicada no ano passado, é clara ao indicar que o uso desses substitutos do açúcar pode não trazer os benefícios esperados, e ainda estar associado a riscos à saúde.

A orientação da OMS visa principalmente combater o consumo excessivo de alimentos ultraprocessados, que geralmente contêm altos níveis de adoçantes como aspartame, sucralose, estévia, ciclamatos, sacarina e acesulfame K.

Nem açúcar, nem adoçante

A recomendação internacional busca estabelecer hábitos alimentares mais naturais e equilibrados. O ideal é não trocar o adoçante pelo açúcar. Ambos, em excesso, podem trazer prejuízos à saúde. O certo é reduzir o consumo de sabores artificiais e reaprender o paladar com alimentos naturais.

Os especialistas da OMS recomendam usar frutas in natura como forma de adoçar preparos como sucos, bolos e vitaminas. Ela reforça que essa transição é essencial para combater a obesidade e o diabetes, doenças que continuam crescendo em escala global.

Adoçantes e o risco de câncer

Estudos recentes também apontam possíveis riscos do uso contínuo de adoçantes artificiais. Um levantamento publicado na revista científica Plos Medicine, por exemplo, associou o consumo regular de aspartame com um aumento de 15% no risco geral de cânceres, incluindo aqueles relacionados à obesidade.

Além disso, de acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade (Abeso), há indícios de que adoçantes podem interferir negativamente no metabolismo e na resposta glicêmica do corpo, especialmente em pessoas que fazem uso contínuo dessas substâncias.

E quem tem diabetes?

Apesar da recomendação da OMS, há exceções. Pessoas com diabetes já diagnosticado ainda podem se beneficiar do uso moderado de adoçantes, uma vez que o açúcar eleva rapidamente a glicose no sangue. Nestes casos, a escolha do adoçante deve ser feita com orientação médica e nutricional.

No Brasil, o uso de adoçantes é regulado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que libera substâncias como xilitol, eritritol, estévia, sacarina, sucralose, manitol, sorbitol, entre outros.

No entanto, um estudo conduzido pela Fiocruz, em parceria com o Instituto de Saúde de São Paulo, aponta que o consumo exagerado desses compostos pode trazer efeitos adversos à saúde, como desregulação do apetite, alterações na microbiota intestinal, ganho de peso, intolerâncias gastrointestinais e o desenvolvimento de uma preferência por sabores cada vez mais doces.

Um dos impactos mais preocupantes é o efeito dos adoçantes sobre a microbiota intestinal, um ecossistema de bactérias essenciais ao bom funcionamento do corpo. 

Quais são as alternativas?

Para quem deseja cortar o açúcar sem cair no uso contínuo de adoçantes artificiais, opções como mel, açúcar de coco, mascavo ou melado de cana podem ser alternativas, desde que consumidas com moderação e orientação profissional. O foco, segundo as diretrizes mais recentes, deve ser em reeducar o paladar e priorizar alimentos naturais e minimamente processados.

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