São Paulo, 24/11/2025 - A Novo Nordisk informou que seus estudos clínicos de Fase 3 não comprovaram que o
semaglutida oral reduz a progressão do
Alzheimer em estágio inicial. Segundo a companhia, os testes de dois anos, feitos com 3.808 adultos, não confirmaram a superioridade da substância em relação ao placebo.
A semaglutida é o princípio ativo de canetas emagrecedoras como o Ozempic e vinha sendo estudada, por via oral, como potencial medicamento para frear o avanço da doença degenerativa.
Embora o tratamento tenha mostrado melhora em biomarcadores associados ao Alzheimer, o laboratório afirmou que isso "não se traduziu em um atraso na progressão da doença".
Os estudos incluíram pacientes de 55 a 85 anos com comprometimento cognitivo leve ou demência leve, e o medicamento apresentou um perfil de segurança "consistente com ensaios anteriores".
O diretor científico da Novo Nordisk, Martin Holst Lange, disse que diante da "significativa necessidade não atendida" na área e de indícios preliminares, a empresa considerou ter a responsabilidade de explorar o potencial da semaglutida, apesar da baixa probabilidade de sucesso.
Lange reforçou que, embora o fármaco não tenha mostrado eficácia contra o Alzheimer, continua a oferecer benefícios para diabetes tipo 2, obesidade e comorbidades relacionadas.
Com os resultados, o período adicional de um ano dos estudos será encerrado. A companhia apresentará os dados em um congresso em 3 de dezembro e divulgará resultados completos em 2026.
Leia também: Como incentivar autonomia em pessoas com Alzheimer e outras doenças degenerativas