Foto: Envato Elements
Por Joyce Canele
redacao@viva.com.brPesquisadores da Universidade de Stanford desenvolveram microrrobôs capazes de remover coágulos sanguíneos de forma rápida e precisa, uma inovação que pode transformar o tratamento de acidentes vasculares cerebrais (AVC), embolias pulmonares e outras condições trombóticas graves.
Segundo a pesquisa publicada na revista Nature, indica que os novos dispositivos conseguem desobstruir coágulos complexos com até 90% de sucesso, muito acima dos 11% alcançados pelos métodos tradicionais.
O novo dispositivo, chamado trombectomia milispinner, funciona como um microrrobô inserido por cateter que navega pelo sistema vascular do paciente.
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Diferente das técnicas convencionais, que apenas aspiram ou capturam os coágulos, o milispinner comprime e torce o coágulo de forma controlada, transformando-o em pequenas bolas compactas sem romper os filamentos de fibrina que o compõem.
Esse mecanismo libera os glóbulos vermelhos aprisionados, restabelecendo rapidamente a circulação sanguínea.
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O funcionamento do milispinner se assemelha a comprimir uma bola de fibras entre as mãos e girá-la, reduzindo o volume do coágulo em até 95%.
A estrutura do dispositivo inclui um tubo oco rotativo com aletas e fendas que geram sucção localizada, permitindo a remoção de coágulos mesmo em vasos muito pequenos e de difícil acesso.
Durante os testes, coágulos antes considerados intratáveis responderam de forma surpreendente ao procedimento, demonstrando a eficácia da abordagem.
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Além do tratamento de AVC, a tecnologia mostrou potencial para outras aplicações biomédicas, como a sucção localizada de fragmentos de cálculos renais.
Pesquisadores da equipe de Stanford planejam ampliar o uso do milispinner e já fundaram uma empresa para licenciar a tecnologia para fins clínicos.
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A expectativa é que, após aprovação regulatória, a inovação possa melhorar significativamente os desfechos em pacientes com doenças trombóticas graves.
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