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Por Beatriz Duranzi
redacao@viva.com.brSão Paulo, 24/09/2025 - Manter o cérebro saudável vai muito além de evitar doenças. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), saúde cerebral significa que o órgão está em pleno funcionamento em diferentes áreas, cognitivas, sensoriais, socioemocionais e motoras, permitindo que cada pessoa alcance seu potencial máximo em todas as fases da vida.
O desafio é grande: condições neurológicas já são a segunda principal causa de mortes no mundo e estão associadas a milhões de casos de incapacidade.
Estima-se que uma em cada três pessoas enfrentará algum transtorno desse tipo ao longo da vida, segundo a OMS. Apesar disso, especialistas ressaltam que adotar hábitos consistentes pode reduzir significativamente os riscos.
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O médico neurologista Mateus Boaventura, que atende no Hospital Sírio-Libanês, explica que investir em saúde cerebral não exige medidas inacessíveis, mas sim práticas do dia a dia.
“São escolhas que, somadas, trazem impacto profundo e duradouro”, afirma. A seguir, conheça os seis pilares fundamentais apontados pela ciência para preservar o cérebro:
O exercício regular estimula a neuroplasticidade, melhora a memória e a atenção e reduz o risco de demência. A recomendação da OMS é praticar ao menos 150 minutos semanais de atividade física moderada, como caminhada, ciclismo, dança ou natação.
Manter a mente ativa fortalece as conexões neurais e cria uma “reserva cognitiva” que protege contra o declínio. Aprender um idioma, resolver quebra-cabeças, explorar novas habilidades ou se envolver em atividades intelectuais são estratégias eficazes.
Dietas ricas em frutas, vegetais, grãos integrais e peixes gordurosos ajudam a proteger o cérebro, enquanto alimentos ultraprocessados, ricos em açúcar e gorduras saturadas, aumentam o risco de inflamação e doenças neurodegenerativas.
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Relacionamentos significativos funcionam como um “exercício” para o cérebro, estimulando múltiplas áreas cognitivas. Já a solidão e o isolamento social estão entre os principais fatores de risco para o declínio cognitivo.
Dormir entre 7 e 9 horas por noite permite que o cérebro faça reparos, consolide memórias e elimine toxinas. A privação crônica de sono eleva o risco de demência e outras condições neurológicas.
Hipertensão, diabetes, colesterol alto, obesidade, tabagismo e consumo excessivo de álcool impactam diretamente a saúde cerebral. Além disso, cuidar da saúde mental, prevenindo estresse crônico e depressão, também é fundamental.
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O estudo conduzido por Andy Liu e colaboradores, publicado na revista Neurology, mostra que a adesão a pelo menos quatro desses pilares pode reduzir em até 90% o risco de desenvolver demência.
Além dos benefícios individuais, a promoção da saúde cerebral traz reflexos sociais e econômicos, como menor custo com saúde pública, maior produtividade e melhor qualidade de vida.
Para Boaventura, cultivar esses hábitos deve começar cedo, mas nunca é tarde para mudar: “Cuidar da saúde cerebral é cuidar de quem seremos no futuro”.
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