Qual o segredo da memória dos superidosos? Pesquisadores revelam descobertas

São Paulo, 06/09/2025 - Um grupo raro de pessoas desafia o que a ciência entende sobre envelhecimento cerebral. São os chamados superidosos, indivíduos com mais de 80 anos que apresentam desempenho de memória comparável ao de pessoas até 30 anos mais jovens. 

Cientistas investigam esse fenômeno desde o início dos anos 2000 e os resultados mais recentes foram publicados em uma revisão científica na Alzheimer’s Association.

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Pesquisadores do Northwestern Alzheimer's Disease Research Center, referência mundial no tema, observaram que os superidosos não compartilham um padrão único de dieta, medicamentos ou exercícios físicos. O ponto em comum mais marcante é a força dos laços sociais.

A manutenção de relacionamentos ao longo da vida aparece como um fator decisivo para que essas pessoas preservem memória e atenção em níveis acima da média.

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Os dados impressionam

Enquanto uma pessoa de 80 anos costuma lembrar cerca de cinco palavras em testes de recordação tardia, os superidosos chegam a registrar médias de mais de dez palavras.

Em alguns casos, indivíduos ultrapassam 11 lembranças, desempenho equivalente ao de pessoas décadas mais jovens.

As análises de imagem cerebral mostram que eles mantêm volumes corticais semelhantes aos de adultos na faixa dos 50 ou 60 anos, além de apresentarem regiões específicas do cérebro mais preservadas, como o giro cingulado.

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Outra descoberta relevante

O cérebro dos superidosos apresenta menos sinais típicos da doença de Alzheimer, além de:

• Neurônios maiores em áreas-chave da memória;
• Menor presença de inflamação; e
• Maior preservação das conexões químicas que sustentam a comunicação entre células nervosas.

Essa combinação garante maior resiliência às perdas cognitivas normalmente associadas ao envelhecimento.

Os cientistas apontam ainda que fatores de personalidade podem facilitar esse processo.

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Muitos dos superidosos estudados se mostram mais extrovertidos, característica que favorece interações sociais frequentes, algo que parece ser uma verdadeira proteção contra o declínio cognitivo.

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Com quase 25 anos de pesquisas, o programa sobre os superidosos vem ajudando a derrubar a ideia de que o envelhecimento está inevitavelmente ligado à perda de memória.