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Segredos genéticos de quem vive até os 117 anos; ciência tem informações relevantes

Foto: Envato Elements

O objetivo dos pesquisadores do CEGH-CELL é entender se a longevidade faz parte de diferentes combinações de genes - Foto: Envato Elements
O objetivo dos pesquisadores do CEGH-CELL é entender se a longevidade faz parte de diferentes combinações de genes

Por Joyce Canele

redacao@viva.com.br
Publicado em 14/10/2025, às 17h51

São Paulo, 14/10/2025 - Uma pesquisa revelou fatores genéticos e biológicos que podem estar ligados à longevidade extrema, a partir do estudo de uma mulher que viveu até os 117 anos. O trabalho, publicado na revista Cell Reports Medicine, destacou características como metabolismo lipídico equilibrado, baixa inflamação, microbiota intestinal saudável, variantes genéticas raras e idade epigenética inferior à cronológica.

Apesar de contar com apenas uma participante, o estudo reuniu 47 autores e chamou atenção pela riqueza de dados obtidos. Para a geneticista Mayana Zatz, diretora do Centro de Estudos sobre o Genoma Humano e Células-Tronco da USP (CEGH-CELL), a pesquisa oferece uma excelente oportunidade de comparação com superidosos brasileiros acompanhados pelo projeto do Genoma.

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Ela destacou que a equipe pretende verificar se as variantes encontradas nessa mulher também aparecem nos centenários brasileiros, conhecidos pela diversidade genética que mistura ancestralidades europeia, africana e indígena.

Idoso
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Fatores de longevidade

Os pesquisadores descobriram sete variantes genéticas raras em dose dupla (homozigose) que não foram observadas em bancos genômicos da população europeia.

Essas alterações estariam ligadas à preservação da cognição, resistência a doenças cardíacas e autoimunes, além de melhor função pulmonar e envelhecimento cerebral mais lento.

A constatação reforça a hipótese de que a longevidade depende de uma combinação complexa de múltiplos genes, e não de um único fator isolado.

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Outro achado curioso do estudo foi o tamanho extremamente curto dos telômeros, estruturas localizadas nas pontas dos cromossomos e associadas ao envelhecimento celular.

Normalmente, o encurtamento dos telômeros está ligado à velhice, mas neste caso os cientistas sugerem que isso pode ter funcionado como um mecanismo de proteção contra o câncer, já que as células tumorais costumam apresentar telômeros alongados.

Comparar os resultados dessa supercentenária europeia com os perfis genéticos dos superidosos brasileiros deve trazer novas pistas sobre o papel da herança genética na longevidade.

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O objetivo dos pesquisadores do CEGH-CELL é entender se a longevidade faz parte de diferentes combinações de genes e características biológicas podem levar a trajetórias de envelhecimento mais saudáveis, independentemente da origem étnica.

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