Foto: Envato Elements
Por Joyce Canele
redacao@viva.com.brDistúrbios no campo magnético da Terra causados por tempestades solares podem ter efeitos significativos sobre a saúde cardiovascular, em especial nas mulheres.
Um estudo identificou um aumento na frequência de infartos durante períodos de intensa atividade solar, sugerindo que a exposição a essas perturbações pode representar um risco adicional ao coração.
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A pesquisa, publicada neste mês na revista Communications Medicine, analisou dados da rede pública de saúde de São José dos Campos, em São Paulo, entre 1998 e 2005, um período de forte atividade solar.
Foram avaliados 1.340 casos de infarto, sendo 871 em homens e 469 em mulheres, em paralelo com registros do Índice Planetário (Kp-Index), que mede as variações no campo geomagnético da Terra.
Embora o número total de infartos tenha sido maior entre os homens, o estudo revelou que, proporcionalmente, as mulheres apresentaram um aumento mais expressivo nos casos durante os dias com maior instabilidade geomagnética.
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Em faixas etárias entre 31 e 60 anos, a frequência relativa de infartos femininos chegou a ser três vezes maior em comparação com períodos de baixa atividade solar.
As tempestades solares acontecem quando partículas energéticas são lançadas pelo Sol e colidem com a magnetosfera da Terra.
Desde os anos 1970, já se especulava que essas partículas pudessem influenciar a saúde humana, afetando parâmetros como a:
As novas evidências fortalecem esse debate e podem, no futuro, ajudar no desenvolvimento de estratégias para antecipar riscos cardíacos associados a fenômenos solares.
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Esses dados reforçam a hipótese de que mulheres possam ser mais vulneráveis aos efeitos das perturbações magnéticas causadas pelo Sol. Apesar disso, os cientistas ainda não conseguiram identificar os mecanismos biológicos por trás dessa associação.
O estudo destaca a necessidade de investigações futuras para compreender como a atividade solar pode interferir em funções cardiovasculares.
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Com a intensificação da atividade solar prevista para os próximos anos, os pesquisadores alertam para a importância de entender melhor essa relação. Monitorar tempestades solares pode se tornar uma ferramenta adicional na prevenção de infartos, principalmente entre a população feminina.
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