São Paulo, 20/11/2025 - De todos os turistas que visitam a cidade de São Paulo anualmente, 12% buscam tratamento médico-hospitalar de alta complexidade. É o que aponta um recém-lançado levantamento da São Paulo Negócios, agência de atração de investimentos e internacionalização das empresas do município.
Segundo os dados divulgados, a capital paulista atrai 4,2 milhões de visitantes por ano para essa finalidade, entre brasileiros e estrangeiros que movimentam em média R$ 33,3 bilhões por ano, com saldo de R$ 49,7 bilhões em 2024.
O montante considera a "injeção de dinheiro na economia local" com o chamado turismo médico, que causa impactos diretos e indiretos sobre diversos setores, como hotelaria, transporte, comércio e serviços especializados.
O levantamento aponta que cada turista em busca de tratamento de saúde na cidade gasta de US$ 1.000 a US$ 5.000 durante a estada (entre R$ 5.300 e R$ 26.650). Os principais impactos econômicos, com base nos dados de 2024, são faturamento de R$ 204,6 milhões para as empresas da capital, geração de 2.159 empregos, R$ 56,8 milhões em renda para a população e arrecadação de R$ 10,4 milhões em impostos.
O estudo utilizou a metodologia de Matriz Insumo-Produto da Universidade de São Paulo (Nereus-USP) para medir o efeito multiplicador do turismo médico, que gera aumento de faturamento para o comércio (R$ 11,5 milhões), setor imobiliário (R$ 1,7 milhão) e para a área de intermediação financeira, seguros e previdência complementar (R$ 4,4 milhões), além de ganhos para a saúde privada. (R$ 145,66 milhões).
"Trata-se de um segmento de alto valor agregado, que movimenta a economia local, estimula a inovação em saúde e fortalece a imagem de São Paulo como centro global de excelência médica", diz Alessandra Andrade, presidente da São Paulo Negócios.
A capital concentra 54% dos hospitais brasileiros com acreditação internacional da Joint Commission International. São 27 unidades certificadas, entre elas instituições como Einstein, Sírio-Libanês, AC Camargo e Rede D’Or.
Segundo Andrade, essas instituições integram uma rede de serviços médicos e hospitalares complementados por
hotéis, seguradoras, agências de viagem e empresas de concierge especializadas em atendimento a pacientes e acompanhantes, além de serviços de
home care e hotel care, transporte, nutrição, intérpretes e assessoria completa para estrangeiros.
De modo geral, o Brasil ocupa a sexta posição dentre os destinos mais bem avaliados das Américas no ranking de turismo médico Medical Tourism Index 2021, atrás apenas de Canadá, Costa Rica, República Dominicana, Argentina e Colômbia.
O bom desempenho explica-se por fatores como a qualificação dos profissionais, a infraestrutura hospitalar de ponta e o baixo custo dos procedimentos em comparação aos Estados Unidos e à Europa. Em algumas especialidades, os preços chegam a ser seis vezes menores que os praticados em centros norte-americanos.