Estudo revela que vitamina D pode atrasar o envelhecimento em até 3 anos

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Os testes utilizaram uma técnica laboratorial chamada PCR - Foto: Envato Elements
Os testes utilizaram uma técnica laboratorial chamada PCR

Por Joyce Canele

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Publicado em 06/06/2025, às 10h00

A vitamina D é um nutriente essencial para o bom funcionamento do corpo. Ela ajuda a manter os ossos fortes, apoia o sistema imunológico e tem um papel importante na prevenção de inflamações e doenças autoimunes. Recentemente, um estudo indicou que sua suplementação pode trazer ainda mais benefícios: ajudar o corpo a envelhecer mais devagar.

Segundo o The American Journal of Clinical Nutrition, a pesquisa foi conduzida por cientistas da Mass General Brigham, instituição de pesquisa médica dos Estados Unidos.

Eles avaliaram os efeitos da vitamina D sobre os telômeros (estruturas que ficam nas pontas dos cromossomos e funcionam como uma capa protetora). Com o tempo, esses telômeros naturalmente vão se encurtando, o que está relacionado ao envelhecimento celular e ao aumento do risco de doenças associadas à idade.

O estudo, que recebeu o nome de VITAL Telômero, faz parte de um ensaio clínico maior chamado VITAL (VITamin D and OmegA-3 TriaL), que acompanhou 25.871 adultos ao longo de cinco anos. Homens com 50 anos ou mais e mulheres com 55 anos ou mais participaram dessa pesquisa para avaliar os efeitos da suplementação de vitamina D3 (2.000 UI por dia) e ácidos graxos ômega-3 (1 grama por dia).

Para investigar a ação da vitamina D nos telômeros, os pesquisadores selecionaram 1.054 participantes para exames mais detalhados. O comprimento dos telômeros dos leucócitos (um tipo de célula do sangue) foi medido no início do estudo, no segundo ano e no quarto ano. Os testes utilizaram uma técnica laboratorial chamada PCR, que permite medir o comprimento dos telômeros com precisão.

Ao longo dos quatro anos, a suplementação com vitamina D3 mostrou um efeito significativo na proteção dos telômeros, mas em comparação com o placebo, houve uma redução de 0,14 quilobases (140 pares de bases) no encurtamento dos telômeros, o que os pesquisadores consideraram equivalente a cerca de três anos a menos de envelhecimento celular. Já os ácidos graxos ômega-3, por outro lado, não mostraram impacto relevante nesse aspecto.

Embora estudos anteriores já tivessem levantado a possibilidade de que a vitamina D e o ômega-3 poderiam ter um papel na manutenção dos telômeros, os resultados sempre foram inconsistentes. Este novo estudo se destaca por ser o primeiro ensaio clínico randomizado, de grande escala e longa duração, a investigar essa associação de forma tão robusta.

Esses achados sugerem que a suplementação diária com vitamina D pode ajudar a frear o desgaste celular, contribuindo para um envelhecimento mais saudável. Ainda assim, os cientistas alertam que os efeitos foram modestos e específicos para células do sangue, o que significa que mais estudos são necessários para entender os impactos clínicos reais a longo prazo.

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