Mais de 9 horas por dia no celular? Brasileiros tentam cortar o tempo de uso

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Os brasileiros passam 9 horas e 13 minutos conectados diariamente

Por Beatriz Duranzi

redacao@viva.com.br
Publicado em 21/09/2025, às 17h10

São Paulo, 21/09/2025 - Os brasileiros estão entre os povos mais conectados do planeta, mas grande parte gostaria de passar menos tempo diante das telas

É o que aponta a mais recente edição do estudo Consumer Pulse, realizado pela consultoria Bain & Company, que analisou os hábitos digitais em 2025.

De acordo com o levantamento, enquanto a média global de tempo online é de 6 horas e 38 minutos por dia, os brasileiros passam 9 horas e 13 minutos conectados diariamente

Só as redes sociais já representam 3 horas e 37 minutos desse período. Apesar da hiperconectividade, 28% dos entrevistados afirmaram querer reduzir o tempo gasto no ambiente digital.

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Contradição digital

O estudo revela um paradoxo: no tempo livre, atividades digitais já são a segunda ocupação mais comum dos brasileiros, ficando atrás apenas de tarefas domésticas. 

Ainda assim, quando questionados sobre os hábitos que gostariam de mudar, o uso excessivo de telas aparece em primeiro lugar, superando até preocupações como alimentação e sedentarismo.

Os principais motivos para essa busca por equilíbrio são:

  • Distração causada por estímulos digitais (35%)
  • Efeitos percebidos sobre a saúde e o bem-estar (28%)
  • Sensação de culpa pelo excesso de tecnologia (18%)

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A presença da inteligência artificial

A pesquisa também destacou a crescente presença da inteligência artificial na vida dos brasileiros. 

Segundo os dados, 62% já utilizaram alguma ferramenta de IA. Entre esses, 64% acreditam que a tecnologia facilita tarefas diárias e 55% a enxergam como fonte de novas oportunidades de trabalho.

Por outro lado, há receios:

  • 47% têm preocupação com o uso de dados pessoais.
  • 44% sentem-se despreparados para lidar com a tecnologia.
  • 40% temem perder o emprego para a automação.

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“Consumidor equilibrista”

Para Ricardo De Carli, sócio da Bain responsável pelo estudo, os resultados retratam um momento de transição:

“Vemos um consumidor que tenta conciliar a conectividade constante com a necessidade de impor limites mais saudáveis. É um verdadeiro equilibrista, que reconhece tanto as vantagens quanto os riscos do uso intenso da tecnologia”, afirmou.

Como foi feita a pesquisa

O levantamento foi conduzido em janeiro de 2025 com cerca de 7.500 entrevistados na América Latina, dos quais 2 mil brasileiros, abrangendo diferentes faixas de renda e idade.

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